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    Senadores querem dividir investigação sobre hospitais federais no RJ entre MPF, TCU e PF

    Apuração sobre as unidades foi descartada pela CPI da Pandemia, mas ainda não há previsão de que informações coletadas sejam remetidas às autoridades

    Beatriz Puenteda CNN* no Rio de Janeiro

    Com o término da CPI da Pandemia marcado para o fim de setembro, linhas de investigações paralelas que foram descobertas na comissão e que não foram exploradas terão outro destino. A CNN apurou que as investigações sobre desvios nos hospitais federais do Rio de Janeiro deverão ser desmembradas em órgãos como Ministério Público Federal (MPF), Tribunal de Contas da União (TCU) e Polícia Federal (PF).

    Como ainda não há previsão de quando o relatório final da CPI da Pandemia será encaminhado, as investigações paralelas, chamadas de acessórias, também não têm previsão para início. Até então, a comissão encontrou evidências de que contratos ilegais favoreciam determinadas empresas e grupos específicos. O montante de acordos sem licitação somava R$ 28,8 milhões.

    Ao depor na CPI da Covid, em junho, o ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), afirmou aos senadores que os hospitais federais do estado era “intocáveis” e tinham “um dono”. A participação do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, na escolha dos nomes que assumiriam o comando desses hospitais também foi levantada por Witzel na oitiva.

    Na ocasião, Flávio Bolsonaro negou as acusações e processou o ex-governador, para que ele esclareça em juízo o que quis dizer com o fato de as unidades federais terem “um dono”. Os advogados do senador dizem que o ex-juiz teria cometido crimes de calúnia, difamação e injúria contra o cliente.

    Adversários nos tribunais, os dois eram aliados na eleição estadual de 2018, quando foram eleitos juntos. Witzel foi afastado do cargo para o qual foi em agosto de 2019, por decisão do ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O ex-governador sofreu impeachment, aprovado por unanimidade no Tribunal Especial Misto em abril de 2021 e está inelegível por cinco anos.

    Em agosto, a comissão aprovou a convocação do ex-superintendente do Ministério da Saúde no estado, o coronel da reserva do Exército George da Silva Divério, do coordenador administrativo do Hospital Federal de Bonsucesso, Joabe Antonio de Oliveira, e outras cinco pessoas. Porém, nenhum desses depoimentos foi marcado pela comissão.

    A rede federal de saúde no Rio de Janeiro tem seis hospitais: Andaraí, Bonsucesso, Cardoso Fontes, Ipanema, Lagoa e Servidores do Estado. Há ainda outras três unidades especializadas: Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), Instituto Nacional do Câncer (Inca) e Instituto Nacional de Cardiologia (INC).

    *Sob supervisão de Stéfano Salles