Senadores pressionam por adiamento de votação de socorro aos Estados
Líderes na Casa pressionam pelo adiamento da votação do texto, que está prevista para este sábado (2)
Diante da reação negativa ao formato do pacote de socorro aos estados e municípios apresentado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), líderes na Casa pressionam pelo adiamento da votação do texto, que está prevista para este sábado (2).
O assunto foi levantado em uma reunião, na manhã desta sexta-feira (1º), com senadores do movimento Muda Senado e a ala apelidada de “cabeças brancas”, como o senador Tasso Jereissati, do PSDB.
Segundo o relato de parlamentares que estavam no encontro, um dos caminhos em discussão é a apresentação de um substitutivo, mudando o critério de distribuição misto.
A definição sobre o pedido de retirada de pauta, no entanto, só deve sair depois de uma nova rodada de reuniões com integrantes da equipe econômica e também com o presidente Alcolumbre.
Segundo o líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a proposta de adiar a apreciação do texto partiu do senador Roberto Rocha, líder do PSB, e teve apoio de outros líderes.
Os líderes reclamam que não foram consultados previamente sobre o texto. “Única conversa do presidente Davi Alcolumbre foi com o ministro Paulo Guedes que eu saiba. No máximo, com o líder do governo na Casa”, disse Randolfe à CNN. “O projeto que saiu está muito ruim. Não agradou a ninguém”.
Não há consenso sobre diversos itens do projeto, como a forma de distribuição dos recursos e também sobre as contrapartidas, como o congelamento de salários.
“Os médicos que não forem acometidos pela COVID-19 e que sobreviverem à pandemia vão receber como retribuição um tapinha das costas? Não adianta ficar batendo palmas nas janelas dos apartamentos. Não adianta governadores e prefeitos chamá-los de heróis e não dar o mínimo conforto a eles e às suas famílias depois que a crise passar”, afirmou.
Otimismo
O líder no governo no Senado, Fernando Bezerra (DEM-PE), afirmou que o Planalto está em intensas negociações com os senadores e que há “uma enorme disposição para construir um entendimento em relação aos critérios” de distribuição dos recursos.
“Já conseguimos [entendimento] em relação aos valores de R$ 50 bilhões para o auxílio emergencial [para estados e municípios], de R$ 10 bilhões para investimentos na saúde, na suspensão dos pagamentos das parcelas das dívidas e das contrapartidas exigidas no substitutivo do presidente Davi [Alcolumbre, do Senado]. Agora só faltam dois pontos: a divisão entre estados e municípios e o critério de rateio desses recursos. Estou otimista”, disse Bezerra.