Sempre que Bolsonaro alega fraude, EUA reiteram força das eleições, diz cientista
De acordo com Hussein Kalout, pelo interesse dos Estados Unidos no Brasil, existe um receio sobre o resultado das eleições e a reação do atual presidente da República
O cientista político e pesquisador da Universidade de Harvard Hussein Kalout, declarou, nesta quinta-feira (5), em entrevista à CNN, que quando o presidente Jair Bolsonaro (PL) alega algum tipo de fraude, os Estados Unidos reiteram a força do processo eleitoral brasileiro.
“Os americanos vêm paulatinamente alertando para o processo de ruptura, de forma camuflada, de forma diplomática, com terminologias muito específicas: acreditamos nas instituições”, afirmou Kalout.
“Toda vez que o presidente diz que pode haver fraude, eles, por outro lado, dizem: acreditamos nas instituições. Toda vez que ele alega que pode haver uma contagem desfavorável a ele, eles reiteram a transparência no processo eleitoral e na força da democracia brasileira”, continuou.
Para o cientista, os ataques do presidente ao Supremo Tribunal Federal (STF), a concessão do perdão da pena ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) e a reunião com o alto comando da Defesa foram vistos de maneira intimidatória. Em sua opinião, por ter interesses no país, os EUA têm receio do resultado do pleito e da reação de Bolsonaro.
“A Victoria Nuland, esteve aqui, a subsecretária de assuntos políticos e disse claramente: que ela confia nas instituições e um processo eleitoral limpo e transparente, que o Brasil tem experiência e nunca teve uma eleição contestada desde a redemocratização do país.”
Segundo fontes ouvidas pela Reuters, o diretor da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) dos EUA disse a autoridades do Brasil, no ano passado, que Bolsonaro deveria parar de lançar dúvidas sobre as eleições antes de outubro.
Os comentários do diretor da CIA, William Burns, que não haviam sido reportados na imprensa até então, foram feitos em uma reunião a portas fechadas em julho de 2021, de acordo com duas pessoas familiarizadas com o assunto – que falaram sob a condição de anonimato.
Durante transmissão pelas redes sociais nesta quinta-feira, Bolsonaro proclamou que o pedido da CIA seria uma notícia falsa.
“Seria extremamente deselegante um agente de uma agência como a CIA ir a outro país para dar um recado. É uma mentira, fake news. Talvez queiram montar uma narrativa fora do Brasil”, expôs o chefe do Executivo.
A CNN realizará o primeiro debate presidencial de 2022. O confronto entre os candidatos será transmitido ao vivo em 6 de agosto, pela TV e por nossas plataformas digitais.
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