Seis dos 12 médicos responsáveis por dossiê ainda trabalham na Prevent Senior
Seis desses profissionais ainda seguem na empresa, e os demais foram demitidos, segundo seus advogados reportaram à CNN
Seis dos 12 médicos que apresentaram um dossiê contra a operadora Prevent Senior aos senadores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia ainda trabalham na empresa. As informações são da repórter da CNN Tainá Falcão.
Seis desses profissionais ainda seguem na empresa, e os demais foram demitidos, segundo seus advogados reportaram à CNN.
O grupo de médicos teria buscado auxílio jurídico com três objetivos:
- Que a operadora assumisse publicamente que a espécie de estudo elaborado pela empresa foi inconclusivo;
- que a empresa assumisse que não havia autonomia médica nos hospitais, já que os médicos alegam que teriam sido obrigados a aplicar medicamentos sem comprovação científica — os kits com remédios chegariam lacrados, segundo os relatos;
- resguardo jurídico, e que a operadora se responsabilizasse sobre eventuais processos que os médicos sofressem de pacientes ou familiares.
Reunião em Brasília
A advogada do grupo, Bruna Morato, foi a Brasília nesta terça-feira (21) acompanhada de um médico para esclarecer aos senadores da CPI que o grupo responsável pelo dossiê de fato existe, e outros três profissionais participaram da reunião por vídeo.
A advogada afirmou que funcionários da Prevent Senior teriam sugerido a integrantes da CPI que os médicos responsáveis pela denúncia não existiam ou não trabalhavam mais na operadora. Então, munidos de documentos, os médicos se apresentaram aos parlamentares.
Certidões de óbito
A CNN teve acesso às informações das certidões de óbito de Regina Hang — mãe do empresário Luciano Hang — e do médico Anthony Wong. Nos dois casos a certidão indica que eles morreram de complicações em decorrência de pneumonia.
Segundo as denúncias da CPI, a Prevent Senior teria rasurado o código de diagnóstico dos pacientes.
À comissão, o diretor-executivo da Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Junior, disse nesta quarta-feira (22) que a troca do código de diagnóstico, conhecido como CID, acontecia para tirar o paciente do isolamento, mas a causa da morte — neste caso, a Covid-19 — era mantida na certidão de óbito que seria enviada à Vigilância Sanitária, e contabilizada por autoridades de Saúde.
Segundo o depoimento do diretor da operadora, o dossiê apresentado à CPI contém informações sobre uma possível alteração no número de mortes por Covid-19 na rede da Prevent Senior, mas isso foi modificado por médicos que entraram no sistema e alteraram as informações.
(Publicado por Daniel Fernandes)