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    Scioli confirma permanência como embaixador da Argentina em Brasília no governo Milei

    Embaixador foi responsável por um primeiro distensionamento das relações entre Javier Milei e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

    Daniel Rittnerda CNN , Brasília

    O embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scioli, confirmou publicamente nesta quarta-feira (29) que foi convidado para permanecer no cargo durante o mandato do presidente eleito Javier Milei. A informação havia sido antecipada pela CNN no domingo (26).

    Scioli foi o responsável por um primeiro distensionamento das relações entre Milei e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    Ele organizou, muito discretamente, uma visita “surpresa” da futura chanceler Diana Mondino ao Palácio do Itamaraty no último fim de semana. Na ocasião, Mondino entregou uma carta em que o presidente eleito convida Lula para sua posse em Buenos Aires, no dia 10 de dezembro.

    O gesto foi encarado, no Palácio do Planalto, como um gesto positivo após críticas de Milei a Lula, chamado de “comunista” e “corrupto” pelo ultraliberal.

    “[Mondino] me convocou e me renovou sua expectativa e confiança nesta tarefa”, disse Scioli, em cerimônia na embaixada para o lançamento de seu livro.

    “Não se trata apenas de continuar”, acrescentou Scioli, explicando que muitos empresários brasileiros têm lhe procurado para perguntar sobre os rumos do governo Milei.

    “O espírito é fortalecer, dar dinamismo [à relação bilateral], gerar prosperidade aos nossos países”, explicou.

    Scioli lançou o livro “A Nova Era da Diplomacia”, com prefácio das jornalistas Márcia Carmo e Janaína Figueiredo, em uma solenidade na embaixada que contou com autoridades do governo brasileiro e representantes da comunidade diplomática estrangeira em Brasília.

    Ex-vice-presidente da Argentina e ex-governador da província de Buenos Aires, a mais populosa do país, Scioli tornou-se embaixador no Brasil em 2020.

    Ele atuou fortemente na construção de pontes entre o atual presidente Alberto Fernández, que deixa a Casa Rosada no dia 10, e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

    Como embaixador político, ele precisará entregar o cargo ao término do governo. Em seguida, terá que passar por nova sabatina e votação de seu nome no Senado — não se prevê dificuldade política.

    Veja também: Milei envia carta a Lula e convida para a posse: “Construção de laços”

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