Saúde exonera diretor que apontou pastor como ponte entre Davati e o Ministério
Laurício Monteiro Cruz afirmou que reverendo abriu portas para que a empresa oferecesse os 400 milhões de doses, que seriam alvo de denúncia de propina
O diretor do departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Lauricio Monteiro Cruz, foi exonerado do cargo nesta quinta-feira (08), segundo publicação no Diário Oficial da União.
A demissão vem assinada pelo ministro-chefe da Casa Civil, o general Luiz Eduardo Ramos, e acontece no momento em que a CPI da Pandemia investiga um suposto pedido de propina vindo de dentro da Saúde envolvendo doses da vacina AstraZeneca intermediadas pela empresa Precisa Medicamentos.
Laurício havia afirmado à analista da CNN Brasil Renata Agostini que a proposta da Davati havia chegado ao Ministério da Saúde por intermedio do pastor Amilton Gomes de Paula, que preside o grupo Senah (Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários).
Segundo o agora ex-diretor, o reverendo abriu as portas do ministério para o revendedor de vacinas Luiz Paulo Dominghetti, que relatou à CPI ter recebido cobrança de propina para a efetivação do negócio.
Por saber dos trâmites envolvendo as negociações acerca do contrato com a Precisa, Lauricio Monteiro Cruz foi oficialmente convocado, na sessão de quarta-feira (08), a prestar depoimento na CPI da Pandemia. Amilton Gomes de Paula também será ouvido pelos senadores.