Ronnie Lessa permanece em cela isolada depois de transferência para presídio de Tremembé
Transferência de Lessa foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após um pedido da defesa do ex-PM
Transferido para a penitenciária de Tremembé na semana passada, o ex-policial militar Ronnie Lessa, denunciado como executor da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018, permanece isolado e em regime de observação. O miliciano foi fotografado para os registros do sistema prisional.
Lessa está preso em um setor isolado do restante da penitenciária. O ex-policial permanecerá no regime de observação (RO) por 20 dias. Ainda não há previsão de que ele seja integrado ao restante dos detentos após o período estipulado para observação.
O ex-PM foi transferido na manhã de quinta-feira, 20, da Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, para a Penitenciária de Tremembé, um presídio de segurança máxima no interior de São Paulo.
A transferência de Lessa foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após um pedido da defesa do ex-PM. Assassino confesso de Marielle, Lessa foi beneficiado com a mudança de presídio após fechar um acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal (PF).
“Os benefícios previstos na colaboração premiada dependem, obviamente, da eficácia das informações prestadas, uma vez que trata-se de meio de obtenção de prova, a serem analisadas durante a instrução processual penal. Isso, entretanto, não impede que, no presente momento, seja realizada, provisoriamente, a transferência pleiteada – enquanto ainda em curso a instrução processual penal; medida possível e previamente acordada por esse juízo com a a Chefia do Poder Executivo bandeirante e com a Corregedoria Geral de Justiça do Estado de São Paulo”, decidiu Moraes.
Os relatos de Ronnie Lessa, que revelaram os supostos mandantes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, foram colhidos por investigadores da PF em uma série de encontros na Superintendência da Polícia Federal em Mato Grosso.
Os dois anexos da colaboração que versam sobre a morte de Marielle e Anderson revelam não só o planejamento do assassinato, mas os meandros e a lógica do crime no Rio de Janeiro, assim como a ligação com milicianos.
No mesmo despacho, assinado na terça, 7, Moraes retirou o sigilo de parte da colaboração premiada do ex-PM. Segundo Moraes, a Polícia Federal concordou com a retirada do sigilo de dois anexos da delação de Lessa, apontando ‘não existir mais necessidade’ do segredo para as investigações.
Já a ordem de transferência atende um benefícios previstos no acordo de delação do ex-PM. Lessa apontou os irmãos Brazão – Chiquinho, deputado federal, e Domingos, conselheiro afastado do Tribunal de Contas.