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    Ricardo Barros presta depoimento à CPI da Pandemia para esclarecer caso Covaxin

    Oitiva é vista nos bastidores do Senado Federal como um dos mais aguardados pela cúpula da comissão

    Renato Barcellos, da CNN, em São Paulo

    Após muita insistência para adiantar o depoimento, o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR) será ouvido pela CPI da Pandemia nesta quinta-feira (12). A oitiva é vista nos bastidores do Senado Federal como um dos mais aguardados pela cúpula da comissão.

    A convocação estava prevista antes do recesso parlamentar e passou por uma série de trâmites jurídicos, incluindo o acesso de Barros a todos os documentos que citaram o seu nome na CPI até o início de julho.

    O requerimento de convocação do deputado foi protocolado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). Nessa quarta-feira (11), porém, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), atendeu a um pedido do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e transformou a convocação de Barros em convite. 

    De acordo com o autor do pedido, o líder do governo na Câmara foi “mencionado pelo próprio presidente da República no cometimento de potenciais ilícitos no contexto de negociação e compra da Covaxin”. 

    Em depoimento à comissão, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) revelou que, ao contar para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre os indícios de corrupção na aquisição da Covaxin, o chefe do Executivo teria mencionado que o caso teria o envolvimento de Ricardo Barros.

    “Foi o Ricardo Barros que o presidente falou. Foi o Ricardo Barros. Eu queria ter dito desde o primeiro momento, mas vocês não sabem o que eu vou passar”, afirmou Luís Miranda durante a oitiva.

    Barros, no entanto, negou ser o deputado citado pelo presidente. “Não participei de nenhuma negociação em relação à compra das vacinas Covaxin. Não sou esse parlamentar citado. A investigação provará isso”, escreveu o líder do governo no Twitter.

    Em entrevista à CNN nesta quarta-feira, Omar Aziz afirmou que Bolsonaro não desmentiu as afirmações de Luis Miranda. Para o senador, se o presidente tivesse desmentido as declarações de Miranda, não haveria convocação de Barros, mas isso não aconteceu.

    “Era simples para ele [Ricardo Barros] não vir, era só o presidente ter dito ‘olha isso que o deputado Luis Miranda falou é mentira, eu confio nele, é meu líder na Câmara e não faria nada disso’. Bem, isso não aconteceu. O presidente nunca desmentiu que teria dito que o deputado Ricardo Barros estava por trás de tudo isso.”, disse.

    O líder do governo na Câmara, que foi ministro da Saúde de 2016 a 2018, durante o governo de Michel Temer (PMDB), também é investigado por Improbidade Administrativa por ter se negado a cancelar o contrato com a Global Gestão em Saúde quando ocupou a pasta, mesmo diante da recusa da empresa em entregar os medicamentos e devolver os R$20 milhões pagos antecipadamente pela pasta.

    Com informações de Basília Rodrigues, Carol Rosito e Giovanna Galvani, da CNN, em Brasília e São Paulo

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