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    Revelações de Cid reforçam que Exército foi garantidor da posse de Lula, avaliam generais

    Conforme apurou a CNN, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro afirmou em depoimento à PF que os comandantes das Forças Armadas chegaram a ser consultados por Bolsonaro sobre um possível plano golpista

    Renata Agostinida CNN , em Brasília

    As revelações de Mauro Cid em sua delação premiada reforçam a ideia de que o Exército foi o garantidor da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), segundo a cúpula da instituição.

    O que veio a público até o momento indica que, se houve de fato uma discussão sobre medidas para subverter a ordem democrática, o Exército traçou uma linha e não embarcou no plano, de acordo com generais ouvidos pela CNN.

    Conforme apurou a CNN, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro afirmou em depoimento à PF que os comandantes das Forças chegaram a ser consultados pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre um plano golpista.

    A Marinha teria indicado que estaria pronta para agir. Já o Alto Comando do Exército se opôs à trama. As revelações foram classificadas como graves, mas foram recebidas com cautela pela cúpula do Exército.

    Por um lado, avalia um general, tudo ainda precisa ser detalhado e confirmado. De outro, já há indicação de que houve resistência e respeito à ordem legal, o que ajuda a amenizar as críticas.

    Veja também: Em delação premiada, Mauro Cid diz que Bolsonaro discutiu minuta do golpe com militares

    O que dizem as defesas?

    Em nota, a defesa de Mauro Cid cita as matérias da imprensa sobre “possíveis reuniões com a cúpula militar para avaliar golpe no país” e afirma que “não tem os referidos depoimentos, que são sigilosos, e por essa mesma razão não confirma seu conteúdo”.

    Os advogados de defesa de Jair Bolsonaro (PL) emitiram um comunicado alegando que o ex-presidente “jamais compactuou” com qualquer movimento ilegal. Eles afirmam que o ex-presidente “durante todo o seu governo jamais compactuou com qualquer movimento ou projeto que não tivesse respaldo em lei, ou seja, sempre jogou dentro das quatro linhas da Constituição Federal”.

    A defesa ainda alega que Bolsonaro “jamais tomou qualquer atitude que afrontasse os limites e garantias estabelecidas pela Constituição e, via de efeito, o Estado Democrático de Direito”.

    Por fim, os advogados afirmaram que vão adotar “medidas judiciais cabíveis contra toda e qualquer manifestação caluniosa, que porventura extrapolem o conteúdo de uma colaboração que corre em segredo de Justiça, e que a defesa sequer ainda teve acesso”.

    Marinha do Brasil divulgou uma nota à imprensa esclarecendo que “não teve acesso ao conteúdo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid” e “não se manifesta sobre processos investigatórios em curso no âmbito do Poder Judiciário”.

    No comunicado, a Marinha ainda reafirma que “pauta sua conduta pela fiel observância da legislação, valores éticos e transparência”. E reitera que “eventuais atos e opiniões individuais não representam o posicionamento oficial da Força e que permanece à disposição da justiça para contribuir integralmente com as investigações”.

    CNN também entrou em contato com Exército e Aeronáutica, mas ainda não teve retorno.

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