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    Reveja a entrevista de Nise à CNN em maio do ano passado exibida na CPI

    Na ocasião, médica oncologista e imunologista defendeu que o governo federal, por meio do Ministério da Saúde, distribuísse hidroxicloroquina para os estados

    Murillo Ferrari, da CNN, em São Paulo

     

    Um trecho da entrevista à CNN, em maio de 2020, da médica Nise Yamaguchi, oncologista e imunologista que defende o chamado “tratamento precoce” para a Covid-19, foi exibido nesta terça-feira (1º) durante a oitiva dela à CPI da Pandemia.

    As imagens, apresentadas pelo relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), foram usadas no contexto de seu questionamento para dizer que já estava definida a priorização e as políticas públicas a partir de medicamentos para o tratamento precoce.

    Na ocasião, ao ser questionada pela apresentadora da CNN Luciana Barreto sobre a discordância do então ministro da Saúde, Nelson Teich, com o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), sobre o uso de cloroquina, ela declarou:

    “Acho que não existe indefinição, a questão é que já está liberado hidroxicloroquina e a cloroquina no Ministério da Saúde. Tem alguns ajustes que precisam ser feitos porque ali não está constando nem azitromicina nem zinco, fala que pode ser feito, mas o ideal seria estar em um protocolo bem orientado.”

    Nise disse ainda que faltavam orientações para o atendimento pelo sistema de Saúde nas periferias. 

    “Não adianta querer que cada estado resolva o problema. Isso tem que ser algo em nível federal, que mande para cada estado, e que os pacientes possam ter a prescrição quando o médico assim desejar”, defendeu.

    Em outro momento, ela disse ter feito uma discussão de cerca de 3 horas com especialistas do Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre as aplicações do medicamento

    “A importância da bula é que ela saliente todas as necessidades. E alguns pacientes terão que ser cuidados de forma melhor do que outros”, disse.

    “Eu preconizo que nesses lugares (…) para começar a pensar em como tirar os pacientes da crise, criemos centros de diagnóstico rápido, que tenha tomografia, oxímetro e eletrocardiograma, de leitura imediata”, afirmou a médica.

    A médica oncologista Nise Yamaguchi
    A médica oncologista Nise Yamaguchi
    Foto: Reprodução/Youtube

    Além disso, para a médica, o modelo ideal para disponibilizar o medicamento aos pacientes diagnosticados com o novo coronavírus seria que o agente comunitário do programa Saúde da Família, ao perceber que o paciente não está bem, o levasse para uma Unidade Básica de Saúde (UBS) ao invés de levá-lo ao hospital ou ao pronto-socorro para evitar fila de espera e uma possível transmissão. 

    “O médico faria uma avaliação clínica e prescreveria a medicação, e o paciente seria acompanhando por telemedicina. Agora, um paciente que tem 92 anos, com coronavírus, se for tomar, tem que tomar dentro de um hospital, óbvio”.

    Perguntada por Barreto o motivo para a discussão sobre a cloroquina continuar permeando o meio político e médico, Nise afirmou acreditar que faltava uma linguagem única.

    “O que acontece é que não existe uma uniformidade de linguagem. É muito recente. Você não muda um paradigma em dois meses. Estamos construindo um Boeing enquanto estamos voando.”