Reunião de Bolsonaro e Biden não deve trazer grande efeito prático, diz professora
À CNN Rádio, Denilde Hozhacker afirmou que encontro foi ação diplomática que estabeleceu diálogo, mas sem uma agenda concreta de próximos passos
O encontro entre o presidente Jair Bolsonaro e o mandatário dos Estados Unidos, Joe Biden, foi uma “ação diplomática” de aproximação, mas não deve “trazer grandes avanços nos próximos meses”, segundo a professora de Relações Internacionais da ESPM, Denilde Holzhacker.
Em entrevista à CNN Rádio, ela afirmou que o comunicado da Casa Branca após a reunião bilateral aponta que os dois presidentes têm interesses em comum, mas “em nenhum momento há um indicativo de ação, de políticas que serão feitas em comum.”
“O que se espera, ao final de uma reunião como essa, é um balanço das discussões e um indicativo de quais serão os próximos passos, se vão caminhar para um encaminhamento em termos de acordos, e não foi o que aconteceu”, explicou.
De acordo com a professora, “houve ação diplomática de estabelecer diálogo, mas sem um passo seguinte.”
“Para nós, analistas, foi mais uma ação pontual e que pode não ter nenhum grande efeito neste momento. Um ponto importante é que, durante o processo eleitoral, a tendência dos EUA é não fazer grande ação pois não se sabe qual será o próximo governo”, disse.
Denilde acredita que a relação entre Brasil e Estados Unidos continuará sendo de “distanciamento”, ao menos neste semestre.
Na avaliação da professora, Bolsonaro usa a Cúpula das Américas para uma questão doméstica, de “mostrar que não há isolamento internacional, que ele participa e dialoga com os países da região”.
No entanto, ela acredita que o momento seria importante para “aproximar e definir agendas importantes, como na economia e de investimentos”.
*Com produção de Isabel Campos