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    Relatório aponta verba pública federal em canais ‘inadequados’

    Mais de 65 mil canais receberam anúncios do governo federal. Entre eles, sites de fake news, pornografia e jogos de azar

    Um relatório da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre as fake news (notícias falsas), ao qual a CNN teve acesso, mostrou o que o governo federal anunciou em canais considerados ‘inadequados’.

    O documento foi feito por consultores da Câmara dos Deputados, com base em informações da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), sobre o período de junho a julho de 2019.

    Nesses 38 dias, mais de 65 mil canais receberam anúncios do governo federal. Entre eles, sites de fake news, pornografia e jogos de azar, incluindo 741 canais que já foram retirados do ar por violar regras do YouTube. 

    O Terça-Livre, site do blogueiro Allan do Santos, que é investigado no inquérito das fake news no Supremo Tribunal Federal (STF), foi enquadrado entre os veículos que propagam notícias falsas. 

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    O relatório ainda destaca a contradição de uma declaração de Allan dos Santos, que assegurou não receber dinheiro da Secom. Para os consultores, a conclusão é outra, e os dados mostram que o Terça-Livre recebeu verbas de publicidade por meio do programa Google Adsense.

    Em nota, a Secom disse à CNN que “as verbas publicitárias são direcionadas pelo Google Adsense, que utiliza inteligência artificial e critérios próprios para a distribuição de anúncios e que, portanto, cabe às plataformas dar explicações para os veículos que elas selecionam”. Questionada se a estratégia de utilização do Google Adsense deve ser revista, a Secom não respondeu. 

    O chefe da Secom, Fábio Wajngarten, fala sobre anúncios em sites
    O chefe da Secom, Fábio Wajngarten, fala sobre anúncios em sites
    Foto: CNN (04.jun.2020)

    Também em comunicado, a Google informou à CNN que “disponibiliza aos anunciantes ferramentas que permitem o bloqueio, em tempo real, de categorias de assuntos de sites específicos e geram relatórios, também em tempo real, sobre onde os anúncios foram exibidos”.

    O chefe da Secom, Fábio Wajngarten, negou o direcionamento inadequado de anúncios. “A Secom não fez e não fará nenhum investimento no blog A, B ou Z. Não é verdade a narrativa. Na Secom do presidente Bolsonaro, não há desvios nem favorecimento de A, B ou Z. A Secom preza pela tecnicidade e economicidade”, declarou.

     

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