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    Relator de marco temporal no Senado insistirá em tramitação do projeto; líderes priorizam pautas econômicas

    Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara se reuniu com relator do projeto de lei na Casa para tentar negociação de “penduricalhos” em proposta

    Indígenas protestam na Praça dos Três poderes contra tese do marco temporal.
    Indígenas protestam na Praça dos Três poderes contra tese do marco temporal. CLÁUDIO REIS/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO

    Gabriela Pradoda CNN

    em Brasília

    O relator do marco temporal no Senado, Marcos Rogério (PL-RO), deve insistir para acelerar a tramitação do projeto de lei 2903/2023, apesar do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) e dos apelos do Ministério dos Povos Indígenas.

    A proposta está tramitando na Comissão de Constituição e Justiça.

    Apesar da pressa do relator, líderes partidários acreditam que o foco é a pauta econômica, principalmente a reforma tributária. Os parlamentares não acreditam em votação acelerada no plenário.

    Mesmo com a possível demora da tramitação, a ministra Sônia Guajajara tenta negociar mudanças no projeto com o relator.

    Após o voto do ministro Cristiano Zanin, do STF, contrário a tese, a ministra dos Povos Indígenas aproveitou a pausa da sessão da Corte e foi até o Congresso Nacional para uma audiência com o relator do projeto no Senado.

    Segundo interlocutores, Guajajara explicou que, com o voto de Zanin, entende que o STF caminha para “enterrar” o marco temporal e tentou abrir diálogo para que o parlamentar também retirassem a tese do projeto de lei.

    A proposta dos Povos Indígenas seria para que o Congresso fizesse um projeto de lei substitutivo e atuasse para criar a regulamentação das possíveis indenizações a produtores rurais que ocupem terras indígenas de boa-fé.

    A possibilidade de indenização foi discutida nos votos dos ministros Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin. Apesar de entidades e associações indígenas serem contra a indenização, o ministério acredita que se essa proposta for estabelecida poderá destravar a demarcação de muitas áreas indígenas.

    Aliados da ministra afirmam que Marcos Rogério ouviu as demandas, mas afirmou que negocia para que o Congresso tenha uma decisão sobre o tema do marco temporal, mesmo com o avanço do julgamento do STF.

    Se o Congresso insistir com a aprovação da proposta, a ministra vai pedir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para vetar o projeto. Aliados de Guajajara afirmaram ainda que Marcos Rogério disse que poderia discutir itens da proposta que são considerados “perigosos” para a pasta dos indígenas.

    O texto abre brechas para plantação de transgênicos em terras indígenas e devolução da terra, caso a comunidade “perca” traços culturais.

    O ministério deve apresentar formalmente itens que gostaria de negociar para retirada do projeto de lei. Procurado pela CNN, o senador Marcos Rogério não se manifestou.

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