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    Relator cita bonecos de Olinda e prisão de Lula para votar contra cassação de Moro

    Julgamento no TRE que pode levar à cassação de Moro foi suspenso após pedido de vista e será retomado na quarta-feira (3)

    Henrique Sales Barrosda CNN , São Paulo

    Ao apresentar seu parecer contra a cassação do mandato do senador Sergio Moro (União Brasil-PR), o desembargador Luciano Carrasco Falavinha, relator do caso no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), citou bonecos do Carnaval de Olinda (PE) e a prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao apresentar seu voto.

    Em considerações antes de expor o seu relatório, o desembargador disse que o julgamento não trataria de “julgar a Operação Lava Jato, seus personagens, acertos e erros”, nem “o fato do investigado Sergio Moro ter assumido o Ministério da Justiça” no governo de Jair Bolsonaro (PL), “opositor político” do presidente Lula.

    Ao argumentar que Moro não cometeu abuso de poder econômico em sua candidatura vitoriosa ao Senado, em 2022, Falavinha disse que “até as pedras sabem que Sergio Moro não precisaria” de uma pré-campanha presidencial para viabilizar seu nome para o Senado pelo estado do Paraná, dando como exemplo as repercussões da Operação Lava Jato.

    “Todos os anos em que a operação foi realizada com as prisões e graves reflexos políticos que trouxe deram grande visibilidade ao nome de Sergio Moro, bastando que se lembre de alguns episódios, como condução coercitiva, reputada ilícita após, do então ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, afirmou.

    “Ou mesmo os bonecos de Olinda que o representavam (no caso, representavam o senador), ou ainda as grandes manifestações em defesa da Operação Lava Jato com bonecos de alto porte em alusão ao investigado (Sergio Moro)”, acrescentou Falavinha em seu voto.

    O julgamento na Justiça Eleitoral foi suspenso após pedido de vista do desembargador José Rodrigo Sate, logo após a leitura do relatório de Falavinha, e deve ser retomado na próxima quarta-feira (3). Se condenado, Moro, além de perder seu mandato no Senado, poderia ficar inelegível por oito anos.

    No julgamento, a defesa de Moro disse que “não há nada ilegal” em sua vitória em 2022 e afirmou que as ações contra o senador, movidas pelo PL e pela federação PT-PCdoB-PV “inflaram” o que teriam sido os gastos da pré-campanha presidencial do ex-juiz da Lava Jato.

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