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    “Relação com Marielle era maravilhosa”, diz Chiquinho Brazão, suspeito de mandar matar a vereadora

    Deputado está preso desde março e é alvo de ação que pede a cassação de seu mandato

    Rebeca BorgesEmilly Behnkeda CNN , Brasília

    Preso desde março, o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) afirmou, nesta terça-feira (16), que a relação com a vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), assassinada em 2018, era “maravilhosa”.

    O deputado é investigado pela morte de Marielle e do motorista Anderson Gomes. Também são alvos de investigações Domingos Brazão, irmão de Chiquinho e conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, e Rivaldo Barbosa, delegado da Polícia Civil do Rio.

    “A relação com Marielle, por incrível que pareça, não era boa, era maravilhosa. Não estou falando só pela minha defesa. Ela ia lá para gente bater papo, falar. Quando ela fazia a fala dela, muitas das vezes, ela falava comigo. A minha relação sempre foi perfeita”, afirmou o deputado.

    Ele deu a declaração por meio de videoconferência, em depoimento ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, onde é alvo de ação que pede a cassação de seu mandato. A relatora do processo é a deputada Jack Rocha (PT-ES).

    Durante o depoimento, Brazão também afirmou que sempre se deu muito bem com partidos de esquerda, e que as divergências no parlamento são “saudáveis”. Ele também afirmou que Marielle poderia o ver como “um pai”.

    “Não sei se ela me via como pai, não sei, assim uma pessoa bem mais velha. Ela tem mais ou menos a idade da minha filha Verônica. Nunca tivemos problema nenhum”, afirmou.

    Brazão também defendeu sua inocência e disse que ele e o irmão, Domingos, são “vítimas”. “Nós somos, na verdade, vítimas. Infelizmente, a vereadora Marielle sofreu. Não dá nem para imaginar”.

    Outros depoimentos

    Além de Chiquinho, Domingos Brazão também prestou depoimento ao Conselho de Ética nesta tarde. Ele afirmou que espera ser absolvido das acusações.

    “Confio na Justiça de Deus, confio no Supremo, confio na seriedade dos ministros. Confio que nós seremos absolvidos. Vai ficar essa sequela deste sofrimento”, afirmou Domingos, que chegou a chorar durante a oitiva.

    Durante o depoimento, o conselheiro se emocionou e disse que perdeu cerca de 20 quilos desde março, quando foi preso. Ele está detido na Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia, e participou do depoimento por videoconferência.

    Próximos passos

    Após a realização das oitivas, a relatora Jack Rocha deverá divulgar um parecer sobre as investigações. O relatório será votado pelo Conselho de Ética.

    Se o resultado for pela suspensão ou perda do mandato, caberá ao plenário da Câmara chancelar a decisão do Conselho de Ética. Para que o mandato seja cassado, são necessários ao menos 257 votos favoráveis em plenário.