Reforma tributária vai projetar sucessor de Maia
Todos os três nomes que vem sendo colocados na bolsa de apostas no governo são parlamentares diretamente envolvidos nas discussões
O Palácio do Planalto avalia que a reforma tributária vai projetar o sucessor do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Isso porque todos os três nomes que vêm sendo colocados na bolsa de apostas no governo são parlamentares diretamente envolvidos nas discussões.
O relator da reforma é o deputado Aguinaldo Ribeiro, do PP da Paraíba. O líder do governo informal na Câmara é o deputado Arthur Lira, também do PP. E o autor de uma das propostas de emenda constitucional é o deputado federal Baleia Rossi, presidente do MDB.
Baleia, aliás, é um nome que o governo tem considerado que pode surpreender. E que poderia ser positivo para o governo. Ele é próximo a Rodrigo Maia, o que evitaria um rompimento com o grupo do atual presidente da casa, e preside o MDB, um dos partidos com maior tradição de condução do Congresso. Ele também tem interface com a oposição maior do que seus concorrentes no PP.
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Lira, que largou na frente da disputa, é visto como alguém que o Planalto precisa manter sempre ao lado, sob pena de ser retaliado. Além disso, há a leitura de que processos contra ele no Supremo Tribunal Federal podem avançar se ele se eleger e virar um instrumento de instabilidade política. Agnaldo, do mesmo partido de Lira, é um nome que agrada, mas o presidente do PP, senador Ciro Nogueira, já sinalizou ao governo que o nome mais palatável do partido é Lira.
O governo avalia que o vitorioso terá obrigatoriamente que ter relacionamento com a oposição, até mesmo por uma questão numérica. Hoje, a Câmara é dividida basicamente entre três grupos: Centrão, com cerca de 250 parlamentares, o grupo de Maia, com cerca de 150, e a oposição, com pouco mais de 100 deputados.
O único pedido que Bolsonaro já fez a seus interlocutores é que Maia não seja o próximo presidente. para tanto, ele teria de fazer uma alteração na Constituição. No Senado, porém, um entendimento jurídico pode permitir a reeleição de Davi Alcolumbre, cuja recondução o governo já sinalizou que apoia.