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    Reduto lulista, Nordeste apresenta cenário desafiador para PT voltar a governar capitais, mostra agregador

    Partido não aparece na frente em nenhuma das nove cidades monitoradas pela ferramenta da Ipespe Analítica

    Iuri Pittada CNN

    São Paulo

    A região que desde 2006 tem dado preferência a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e aos candidatos petistas nas disputas presidenciais, é a principal aposta do partido para voltar a governar capitais do país, o que não ocorre desde 2018.

    Entretanto, como aponta o agregador de pesquisas Ipespe Analítica, o PT não aparece na frente em nenhuma das nove cidades monitoradas pela ferramenta, ficando atrás tanto de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) quanto de filiados a siglas que compõem o governo federal.

    Nas últimas eleições municipais, o PT não elegeu nenhum prefeito de capital, pior resultado da sigla desde os anos 1980. Antes, em 2016, havia vencido apenas em Rio Branco (AC), mas o então prefeito Marcus Alexandre renunciou em 2018 para disputar o governo estadual. De lá para cá, o partido de Lula não sabe o que é comandar uma prefeitura de capital.

    Pelos dados do agregador, o PT está em segundo lugar em cinco das nove capitais nordestinas e apoia o vice-líder de mais uma (o deputado Duarte Júnior (PSB) em São Luís).

    No entanto, por enquanto só o deputado estadual Fábio Novo, em Teresina, e a deputada federal Luizianne Lins, ex-prefeita de Fortaleza, apresentam competitividade contra os adversários – respectivamente o ex-prefeito Sílvio Mendes e o ex-deputado federal Capitão Wagner, ambos do União Brasil e candidatos derrotados aos governos do Piauí e do Ceará nas eleições de 2022.

    A exemplo de outras regiões do país, prefeitos que podem disputar a reeleição apresentam favoritismo, conforme o agregador Ipespe Analítica, desenvolvido pela equipe coordenada pelo cientista político Vinicius Silva Alves.

    A CNN divulga com exclusividade os dados da ferramenta, que estima o cenário eleitoral a partir de pesquisas de intenção de voto registradas em 25 das 26 capitais brasileiras.

    Favoritismo dos atuais mandatários

    Em Salvador, terceiro maior colégio eleitoral do país, o prefeito Bruno Reis (União Brasil) registra 38% da preferência, quase quatro vezes mais que a segunda colocada, a deputada federal e ex-prefeita Lídice da Mata (PSB), com 10%.

    Na capital baiana, o bolsonarismo pode ter como representante o ex-ministro e ex-deputado João Roma (PL), que surge com 7%.

    Outro prefeito bem avaliado é João Campos (PSB), do Recife, com 51% das intenções de voto no agregador Ipespe Analítica. O ex-prefeito petista João Paulo tem 13% e a vice-governadora Priscila Krause (Cidadania), 7%. O nome ligado ao bolsonarismo na capital pernambucana, o ex-ministro Gilson Machado (PL), tem 2%.

    Cenários semelhantes se repetem em João Pessoa e Maceió, com favoritismo neste fim de 2023 para os prefeitos Cícero Lucena (PP) e JHC (PL), com 39% e 41%, respectivamente.

    Ambos têm mais que o dobro das intenções dos adversários mais próximos: na capital paraibana, o ex-prefeito Luciano Cartaxo (PT) tem 15% e Nilvan Ferreira (PL), 15%, enquanto na capital alagoana o deputado federal Alfredo Gaspar (União Brasil) registra 16%, e o ex-prefeito Rui Palmeira (PSD), 9%.

    Em Aracaju, na qual o prefeito Edvaldo Nogueira (PDT) já foi reeleito e não pode concorrer ao cargo, por ora duas mulheres são apontadas como favoritas.

    À frente nas pesquisas agregadas está a vereadora Emília Corrêa (Patriota), líder da oposição na Câmara Municipal e candidata derrotada do PL ao governo de Sergipe. Em segundo lugar está Delegada Danielle Garcia (Podemos), com 18% – candidata derrotada ao Senado em 2022, ela é secretária de Políticas para Mulheres na gestão estadual de Fábio Mitidieri (PSD).

    Veja o cenário:

    Aracaju

    1. Emília Corrêa (Patriota) – 28%
    2. Delegada Danielle (Podemos) – 18%
    3. Valmir Francisquinho (PL) – 11%
    4. Belivaldo Chagas (PSD) – 5%
    5. Márcio Macêdo (PT)  – 3%

    Fortaleza

    1. Capitão Wagner (União Brasil) – 33%
    2. Luizianne Lins (PT) – 21%
    3. José Sarto (PDT) – 16%
    4. Carmelo Neto (PL) – 6%
    5. Chico Malta (PCB) – 1%

    João Pessoa

    1. Cícero Lucena (PP) – 39%
    2. Luciano Cartaxo (PT) – 15%
    3. Nival Ferreira (PL) – 14%
    4. Ruy Carneiro (Podemos) – 8%
    5. Marcelo Queiroga (PL) – 2%

    Maceió

    1. JHC (PL) – 41%
    2. Alfredo Mendonça (União Brasil) – 16%
    3. Rui Palmeira (PSD) – 9%
    4. Dr. Wanderley (MDB) – 2%
    5. Lelo Maia (União Brasil) 2%

    Natal

    1. Carlos Eduardo Alves (PSD) – 32%
    2. Natália Bonavides (PT) – 14%
    3. General Girão (PL) – 8%
    4. Paulinho Freire (União Brasil) – 5%
    5. Rafael Motta (PSB) – 5%

    Recife

    1. João Campos (PSB) – 51%
    2. João Paulo (PT) – 13%
    3. Priscila Krause (Cidadania) – 7%
    4. Gilson Machado (PL) – 2%
    5. Dani Portela (PSOL) – 2%

    Salvador

    1. Bruno Reis (União Brasil) – 38%
    2. Lídice da Mata (PSB) – 10%
    3. João Roma (PL) – 7%
    4. Olívia Santana (PCdoB) – 7%
    5. Geraldo Jr. (MDB) – 5%

    São Luís

    1. Eduardo Braide (PSD) – 31%
    2. Duarte Júnior (PSB) – 23%
    3. Edivaldo Holanda Jr. (sem partido) 9%
    4. Neto Evangelista (União Brasil) – 8%
    5. Wellington do Curso (Podemos) – 7%

    Teresina

    1. Sílvio Mendes (União Brasil) – 43%
    2. Fábio Novo (PT) – 31%
    3. Dr. Pessoa (Republicanos) – 4%
    4. Elmano Férrer (PP) – 6%
    5. Jeová Alencar (Republicanos) – 4%

    Como funciona o agregador

    O agregador de pesquisas desenvolvido pelo Ipespe Analítica é um algoritmo que projeta a intenção de voto para prefeito a partir de levantamentos feitos por diversos institutos. Não é apenas somar os números e obter uma média. A metodologia usa estatística bayesiana e técnicas de aprendizado de máquina (machine learning). Leva em conta, por exemplo, o período em que as entrevistas foram feitas – quanto mais recentes, maior o peso no cálculo –, assim como o histórico dos institutos.

    Trata-se de uma fotografia mais precisa do cenário eleitoral, quando comparado às pesquisas de forma individual. Isso porque, como ainda se trata de pré-candidaturas, pode haver diferença na lista de nomes apresentados aos entrevistados. Além disso, o agregador atualiza os dados tão logo seja divulgada uma nova pesquisa e permite a comparação ao longo do tempo na série histórica.