Rede vai ao STF para que Bolsonaro apresente provas de fraude eleitoral
Em sua live na última quinta (17), Bolsonaro voltou a dizer, sem provas, que fraude impediu que ele fosse eleito no primeiro turno em 2018
O partido Rede Sustentabilidade protocolou no Supremo Tribunal Federal mandado de segurança para que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) seja obrigado, em dez dias, a apresentar “supostas ‘provas’ de fraude eleitoral”. Em sua live na última quinta (17), Bolsonaro voltou a dizer que a fraude impediu que ele fosse eleito no primeiro turno em 2018. Afirmou também que, em 2014, o hoje deputado Aécio Neves (PSDB-MG) teve mais votos que a então presidente Dilma Rousseff (PT) na disputa pelo Palácio do Planalto.
Em entrevista à CNN, nesta quinta-feira (17), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que Bolsonaro tem o “dever cívico” de apresentar as provas que diz ter sobre a suposta fraude das eleições de 2018. Segundo Barroso, nunca houve fraude eleitoral documentada com a urna eletrônica no Brasil.
“Nunca houve fraude documentada. Jamais. Apenas o pedido de auditoria solicitado pelo então candidato Aécio Neves e que não se apurou impropriedade porque não há. Se o presidente da República ou qualquer pessoa tiver provas [de fraude] tem o dever cívico de entregá-la ao Tribunal e estou com as portas abertas. O resto é retórica política, são palavras que o vento leva”, disse o ministro.
Na ação protocolada no STF, a Rede pede para que o presidente e seus assessores sejam proibidos de se manifestar publicamente sobre eventuais fraudes eleitorais caso não exibiam provas das irregularidades ou caso estas sejam consideradas insuficientes pelo STF.
Para o partido, Bolsonaro tenta “ao arrepio de quaisquer provas ou evidências, descredibilizar o sistema eleitoral brasileiro, provavelmente antevendo uma possível derrota no pleito eleitoral do ano vindouro”.
No mandado, a Rede afirma que, assim, o presidente cria “uma narrativa falaciosa de que há fraudes eleitorais, para que consiga, de modo contrário ao ordenamento posto, apoio popular e de outras forças para segurar-se no seu cargo. Com efeito, se perder, é óbvio que alegará a suposta fraude”.