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    Ramagem depõe à PF sobre declarações contra Dino na CPMI do 8/1

    Após interrogatório, deputado foi à tribuna da Câmara dizer que intenção do depoimento é “calar parlamentares”

    Intimação da PF foi enviada logo após Ramagem ser alvo da operação que investiga "Abin paralela"
    Intimação da PF foi enviada logo após Ramagem ser alvo da operação que investiga "Abin paralela" 26/06/2019 - Marcos Oliveira/Agência Senado

    Elijonas Maiada CNN*

    Brasília

    O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) depôs à Polícia Federal (PF), no fim da tarde de terça-feira (27), em Brasília, sobre declarações feitas contra Flávio Dino quando ele ocupava o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública.

    O depoimento foi rápido, segundo apurou a CNN, e foi prestado na Coordenação de Inquéritos nos Tribunais Superiores (CINQ), dentro da Diretoria de Combate ao Crime Organizado.

    A intimação da PF foi enviada logo após Ramagem ser alvo da operação que investiga a “Abin paralela”, um suposto esquema de espionagem ilegal que teria funcionado na agência durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ramagem dirigiu a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no período.

    Porém, o interrogatório de hoje tem relação com outro assunto: as declarações que o deputado fez na CPMI do 8/1 contra Dino. O conteúdo das falas, no entanto, é mantido sob sigilo.

    A defesa e a assessoria do parlamentar não responderam à CNN, mas Ramagem comentou o depoimento no plenário da Câmara dos Deputados.

    “Eu acabei de retornar da Polícia Federal, onde fui chamado para depor em razão de falas que fiz contra o então ministro da Justiça, senhor Flávio Dino. Quantas vezes nós vamos ver um dispositivo tão claro como o artigo 53 da nossa Constituição ser desrespeitado? Nós não temos mais a nossa imunidade parlamentar, as nossas prerrogativas”, afirmou Ramagem.

    Em seu discurso, o deputado declarou que sua convocação teria o intuito de intimidá-lo.

    “Nós, parlamentares, temos a função de legislar e, dentro de uma CPI, temos ainda a função de investigar e de imputar delitos. Está parecendo que estão querendo calar — o objetivo é esse — os parlamentares”, completou.

    Ramagem ainda pediu ações que garantam aos parlamentares exercerem suas atividades.

    “Precisamos de medidas efetivas de proteção das nossas prerrogativas como defesa concreta do Estado Democrático de Direito e da nossa representatividade parlamentar dentro desta Casa”, disse

    Ramagem deve prestar um novo depoimento à PF, ainda sem data definida, sobre a investigação sobre a Abin paralela.

    *Colaborou Gabriela Prado