Radicalização parte de Bolsonaro, mas Lula contribui para acirrar ânimos, diz Ciro
Pré-candidato do PDT associa clima de tensão política à postura dos adversários
O pré-candidato do PDT a presidente, Ciro Gomes, afirmou em live nesta terça-feira (12) que o clima de radicalização política, às vésperas da campanha para as eleições no Brasil, parte principalmente do presidente Jair Bolsonaro (PL), mas que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também acirra os ânimos.
“Esse clima de radicalização violenta, de perseguição a adversários parte principalmente de Bolsonaro, mas não vou fechar os olhos à verdade e a verdade é que Lula e o PT têm dado uma boa dose de contribuição para acirrar os ânimos todo dia, para jogar o Brasil num clima de medo, violência e incerteza que não se via desde a ditatura militar”, disse Ciro.
O pedetista comentava o assassinato de guarda municipal Marcelo Arruda no último fim de semana em Foz Iguaçu (PR). Filiado ao PT, ele comemorava seu aniversário de 50 anos em uma festa que tinha o partido como tema. O petista morreu baleado por um apoiador de Bolsonaro que invadiu o local.
“Como é possível que alguém odeie tanto a opção política do outro a ponto de baleá-lo na frente dos seus filhos, de sua esposa e seus amigos? Não tenho dúvida de que parte das respostas atende pelo nome e sobrenome de Jair Messias Bolsonaro, um presidente que faz apologia das armas e da violência até mesmo quando está ao lado de crianças, um presidente ligado a milícias e a gente notória pela brutalidade como o deputado Daniel Silveira (…)”, argumentou Ciro.
Para o pré-candidato, um grupo de apoiadores de Lula age de forma fanatizada como muitos seguidores de Bolsonaro.
Ciro criticou o ex-presidente por, no último sábado (9), ter feito um agradecimento ao ex-vereador Manoel Eduardo Marinho, o Maninho do PT, acusado e processado por tentativa de homicídio contra um empresário. Em 2018, a vítima foi agredida depois de gritar ofensas contra o PT em frente ao Instituto Lula, em São Paulo.
“Considero Lula muito diferente de Bolsonaro porque Lula joga no campo da democracia, com toda a falta de escrúpulo dele, e o Bolsonaro não — joga no campo da ditadura. Mas isso não significa dizer que Lula tem carta banca para dizer o que bem entender”, declarou Ciro.
“O Brasil está contaminado pelo ódio e o que deveria ser uma disputa de ideias está se transformando num embrião, Deus nos livre e guarde, de uma guerra civil entre esses dois polos radicalizados e sem nenhuma visão de mundo nem de país nem de projeto”, prosseguiu o pré-candidato.
Debate
A CNN realizará o primeiro debate presidencial de 2022. O confronto entre os candidatos será transmitido ao vivo em 6 de agosto, pela TV e por nossas plataformas digitais.
Fotos – Os pré-candidatos à Presidência
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) participa de solenidade no Palácio do Planalto, em Brasília - 20/06/2022 • CLÁUDIO REIS/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
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Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente, governou o país entre 2003 e 2010 e é o candidato do PT • Foto: Ricardo Stuckert
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O candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) tenta chegar ao Palácio do Planalto pela quarta vez • FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
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Simone Tebet cumpre o primeiro mandato como senadora por Mato Grosso do Sul e é a candidata do MDB à Presidência • Divulgação/Flickr Simone Tebet
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Felipe d'Avila, candidato do partido Novo, entra pela primeira vez na corrida pela Presidência • ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
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José Maria Eymael (DC) já concorreu nas eleições presidenciais em 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018, sempre pelo mesmo partido • Marcello Casal Jr/Agência Bras
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Vera Lúcia volta a ser candidata à Presidência da República pelo PSTU. Ela já concorreu em 2018 • Romerito Pontes/Divulgação
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Leonardo Péricles, do Unidade Popular (UP), se candidata pela primeira vez a presidente • Manuelle Coelho/Divulgação/14.nov.2021
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Sofia Manzano (PCB) é candidata à Presidência da República nas eleições de 2022 • Pedro Afonso de Paula/Divulgação
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Senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS), candidata à Presidência da República - 02/08/2022 • ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
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Padre Kelmon (PTB) assumiu a candidatura à Presidência após o TSE indeferir o registro de Roberto Jefferson (PTB) • Reprodução Facebook