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    Quero que Bolsonaro tenha a presunção de inocência que não tive, diz Lula à CNN

    Presidente concedeu entrevista exclusiva a Christiane Amanpour; também afirmou que "um dia" Bolsonaro terá que voltar ao Brasil e enfrentar processos

    Entrevista Lula a Amanpour
    Entrevista Lula a Amanpour Ricardo Stuckert/PR

    Da CNN

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (10), em entrevista exclusiva a Christiane Amanpour, da CNN, que Jair Bolsonaro (PL) deve ser julgado da forma “mais democrática possível”, tendo o direito à presunção de inocência.

    “Eu sempre trabalho com a ideia de que todo mundo tem direito à presunção de inocência. Ele tem o direito de se explicar para a sociedade e tem o direito de ser julgado da forma mais democrática possível, da forma que eu não fui”, disse.

    “Eu quero para ele a presunção de inocência que eu não tive. E nem por isso eu estou preocupado. Eu quero que ele seja julgado de acordo com a lei”, complementou.

    O chefe de Estado destacou que “um dia” Bolsonaro deverá voltar ao Brasil — o ex-presidente foi para os Estados Unidos antes do final do mandato, onde está até hoje –, e enfrentar os processos que recaem contra ele.

    Lula reafirmou que o ex-mandatário deve ser condenado por genocídio e que mais da metade das mortes por Covid-19 no país aconteceram por irresponsabilidade do governo.

    Além disso, pontuou que Bolsonaro teria incentivado garimpeiros ilegais e seria responsável também pelo que classificou como genocídio indígena contra os Yanomami.

    Porém, o petista, quando perguntado por Amanpour se pediria extradição do ex-presidente, disse que isso cabe à Justiça brasileira, e que só falaria do assunto com o presidente dos EUA, Joe Biden, com quem se reúne nesta sexta, se isso fosse levantado pelo americano.

    Bolsonaro não tem “chance de voltar à Presidência”, diz Lula

    Em outro ponto da entrevista, Lula afirmou que Bolsonaro “não tem nenhuma chance de voltar a Presidência da República. Agora vai depender da nossa capacidade de construir a narrativa correta do que ele representou para o Brasil, porque essa extrema-direita está no mundo inteiro”.

    Segundo explicou, foi feito uso de Fake News de uma maneira com a qual não souberam “combater com igualdade de condições” e que nem todas as pessoas que votaram no ex-chefe de Estado são bolsonaristas.

    Ainda sobre a produção de notícias falsas, o petista avaliou que elas são usadas pela extrema-direita no mundo todo como se fossem ferramentas para política e para falar com as pessoas, o que deve ser combatido.

    Além disso, afirmou que a divisão política acontece em diversos países, como nos EUA, mas que, quando se ganha, é necessário governar para todos.

    “Eu não quero saber se o prefeito de uma cidade foi o governador do Estado é bolsonarista. Eu quero saber se ele está interessado em ajudar a resolver o problema do povo brasileiro. Se ele tiver, que venha”.

    *publicado por Tiago Tortella, da CNN