Quem são os ministros indicados por Lula até o momento
Presidente eleito já divulgou os nomes de 21 dos 37 ministros que vão compor a Esplanada a partir de 2023; veja o perfil individual
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciou até esta quinta-feira (22) os nomes de 21 ministros que irão compor a Esplanada a partir de 2023.
O primeiro anuncio ocorreu no início de dezembro, com cinco nomes: Fernando Haddad (Fazenda), José Múcio Monteiro (Defesa), Rui Costa (Casa Civil), Flávio Dino (Justiça) e Mauro Vieira (Relações Exteriores).
Nesta quinta, o petista oficializou outros 16 nomes. O governo de Lula será composto por 37 pastas, portanto outros 16 ministros ainda devem ser anunciados pelo presidente eleito nos próximos dias.
Confira o perfil dos 21 ministros anunciados por Lula:
Ministério da Casa Civil – Rui Costa (PT)
O ex-governador da Bahia Rui Costa (PT) foi confirmado como novo ministro-chefe da Casa Civil.
Nascido em Salvador, Rui Costa é economista e político, filiado ao Partido dos Trabalhadores. Foi eleito ao governo da Bahia em 2014 e reeleito em 2018.
Rui Costa cursou parte da educação básica na escola Luiz Tarquínio, no bairro da Boa Viagem, em Salvador, e realizou um curso de instrumentação industrial na Escola Técnica Federal da Bahia (atual IFBA). Graduou-se em Economia na Universidade Federal da Bahia (UFBA) – leia o perfil completo.
Secretaria de Relações Institucionais – Alexandre Padilha (PT)
Alexandre Padilha (PT) estará à frente da Secretaria de Relações Institucionais a partir de 2023. A pasta terá status ministerial no governo eleito, de Lula.
Aos 17 anos, Padilha ingressou na graduação em medicina e iniciou sua militância no Partido dos Trabalhadores. Em 2003, no primeiro governo de Lula, foi escolhido para a direção de saúde indígena da Fundação Nacional de Saúde (Funasa).
Em 2005, Padilha foi chamado para integrar o Secretaria de Relações Institucionais. No segundo mandato de Lula, em 2009, ele passou a chefiar a pasta. Médico, o petista também foi ministro da Saúde do governo de Dilma Rousseff (PT), entre 2011 e 2014.
Padilha concorreu ao governo de São Paulo em 2014, quando Alckmin foi eleito. Em 2018, se elegeu deputado federal.
Secretaria-Geral da Presidência da República – Márcio Macedo (PT)
A Secretaria-Geral da Presidência da República será ocupada a partir de 2023 por Márcio Macêdo (PT). A pasta também tem status ministerial.
Macêdo é formado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Entre 2007 e 2010, ele foi secretário do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do estado de Sergipe. O petista foi eleito deputado federal pela primeira vez em 2010.
De 2015 a 2020, ele foi tesoureiro do PT. Atualmente é um dos vice-presidentes da legenda.
Advocacia-Geral da União – Jorge Messias
Lula anunciou também a indicação de Jorge Messias para comandar a Advocacia-Geral da União. O órgão é outro que tem status ministerial.
O indicado é formado pela Faculdade de Direito de Recife. Ele foi consultor jurídico nos Ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia entre 2011 e 2012.
Messias foi subchefe para assuntos jurídicos da Casa Civil, de 2015 a 2016, no governo de Dilma Rousseff. Ele ficou conhecido como “Bessias” após ser mencionado pela petista em uma ligação com Lula, vazada pelo ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil).
Dilma disse no telefonema que Messias entregaria a Lula um termo que o possibilitaria assumir o Ministério da Casa Civil.
Controladoria-Geral da União – Vinicius Carvalho
Vinícius Carvalho quase foi esquecido por Lula na coletiva desta quinta, mas — após aviso de Gleisi Hoffmann (PT) — foi anunciado para a Controladoria-Geral da União. Ele fazia parte da equipe de transição entre governos na área de Infraestrutura.
O indicado é formado em Direito pela Universidade de São Paulo. Além disso, tem doutorado em Direito Comparado pela Université Paris 1 Pantheon-Sorbonne.
Carvalho foi especialista em políticas públicas e gestão governamental de 2006 a 2016, durante as gestões petistas. Também foi Secretário de Direito Econômico, entre 2011 e 2012, e Presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), de 2012 a 2016.
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações – Luciana Santos (PCdoB)
O presidente eleito anunciou também o nome da atual vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos (PCdoB), como ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação. Ela será a primeira mulher a assumir o cargo.
Luciana é ex-prefeita de Olinda e ex-deputada federal. Ela foi também secretária estadual de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, na gestão do governador Eduardo Campos (1965-2014), que também foi ministro de Lula na pasta.
Presidente nacional do PCdoB, ela fez parte do conselho político da transição.
Ministério da Cultura – Margareth Menezes
A cantora Margareth Menezes aceitou o convite para o Ministério da Cultura.
Margareth Menezes da Purificação nasceu em 13 de outubro de 1962, em Boa Viagem, na Península de Itapagipe, em Salvador. É filha de Diva, doceira e costureira, e Adelício Soares, motorista, sendo a mais velha de cinco irmãos.
Sua veia artística despertou por parte de seu avô, que tocava violão, e de seus pais, que reuniam a família para ouvir diversos artistas, como: Clara Nunes, Dicró, Noite Ilustrada, Martinho da Villa, Luiz Gonzaga, Marinês e Sua Gente, Jackson do Pandeiro, Moreira da Silva , Orlando Silva, Nelson Gonçalves, Ângela Maria e outros – leia o perfil completo.
Ministério da Defesa – José Múcio Monteiro
José Múcio Monteiro foi confirmado como ministro da Defesa para o próximo governo.
Múcio tem longa carreira política e já foi ministro no segundo mandato do petista, entre 2007 e 2009. Além disso, ocupou a presidência do Tribunal de Contas da União (TCU).
Ele se formou em Engenharia Civil na Escola Politécnica de Pernambuco em 1971, tendo exercido diversos cargos na agroindústria do estado nordestino e do Mato Grosso – leia o perfil completo.
Ministério da Fazenda – Fernando Haddad (PT)
O ex-prefeito da cidade de São Paulo Fernando Haddad (PT) foi anunciado como ministro da Fazenda (atualmente chamado de Ministério da Economia).
Haddad, que já era cotado para a pasta desde a vitória do petista nas eleições, foi ministro da Educação durante as gestões de Lula e Dilma Rousseff, entre 2005 e 2012. Ele também disputou a reeleição na prefeitura de SP em 2016, as eleições presidenciais de 2018 e se candidatou para o governo de São Paulo em 2022 – acabou derrotado nas três disputas – leia o perfil completo.
Ministério da Educação – Camillo Santana (PT)
Camilo Santana (PT) foi anunciado por Lula para o comando do Ministério da Educação. Ele terá ao seu lado na pasta a atual governadora do Ceará, Izolda Cela.
O petista é formado em Agronomia pela Universidade Federal do Ceará. Ele tem mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela mesma instituição. Suas primeiras empreitadas na vida política foram candidaturas à Prefeitura de Barbalha (CE), em 2000 e 2004, ambas sem sucesso.
Santana foi secretário do Desenvolvimento Agrário do Estado do Ceará no governo de Cid Gomes (2007-2010). Em 2010, ele se elegeu deputado estadual.
Ao fim de seu mandato na Assembleia, se candidatou ao governo do Ceará. Camilo foi eleito governador em 2014 e reeleito em 2018. Ao fim de seu segundo mandato, emplacou um sucessor no Executivo, Elmano de Freitas (PT), e garantiu uma cadeira no Senado Federal.
Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos – Esther Dweck
A ministra da gestão e inovação do governo eleito será a professora associada do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Esther Dweck.
Entre junho de 2011 e março de 2016, a professora atuou no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão no cargo de chefe da Assessoria Econômica (2011-2014) e como secretária de Orçamento Federal (2015-2016).
Além disso, o Conselho Federal de Economia (Cofecon) concedeu a Dweck o prêmio de Mulher Economista de 2021.
Ministério da Igualdade Racial – Anielle Franco
Lula oficializou o nome de Anielle Franco para comandar a Igualdade Racial. Ela é irmã de Marielle Franco, ex-vereadora que foi assassinada a tiros em 2018 na região central do Rio de Janeiro.
Anielle é formada em Inglês e Literaturas, pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, e em Jornalismo, pela Universidade Estadual da Carolina do Norte. Em 2010, ela concluiu mestrado em Relações Étnico-Raciais pelo Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca.
A futura ministra é diretora do Instituto Marielle Franco, que tem como pauta a defesa de direitos de mulheres, pessoas negras, LGBTQIA+ e outros grupos tidos como minoritários.
Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços – Geraldo Alckmin (PSB)
O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), foi indicado por Lula como ministro da Indústria e Comércio.
Alckmin ingressou na faculdade de medicina no mesmo ano que iniciou sua carreira pública: 1972. Ele se elegeu vereador de Pindamonhangaba aos 20 anos. Em 1977, aos 24, assumiu como prefeito da cidade e cursou seu último ano da graduação.
Em 1982 foi eleito deputado estadual por São Paulo. Em 1986, se tornou deputado federal constituinte, participando da criação da Carta de 1988. Na chapa de Mário Covas (1930-2001), foi escolhido vice-governador do estado, em 1998. Em 2001, com a morte de Covas, assumiu o governo.
Em 2006, o tucano concorreu à Presidência diante de Lula, mas foi derrotado. Retornou ao governo de São Paulo em 2010 e foi reeleito em 2014. Ainda se candidatou à Presidência em 2018, quando Jair Bolsonaro (então PSL) foi eleito.
Ministério da Justiça – Flávio Dino (PSB)
O ex-governador e senador eleito pelo Maranhão Flávio Dino (PSB) foi confirmado como ministro da Justiça.
Hoje, o Ministério da Justiça do governo Jair Bolsonaro (PL) também incorpora a Segurança Pública, que pode voltar a ser um ministério separado na gestão de Lula.
Dino tem 54 anos e é natural de São Luís do Maranhão, onde construiu sua carreira política. Ex-juiz federal, ex-governador do Maranhão, ex-deputado federal e, agora, senador eleito, Dino tem experiência nos Três Poderes da República, o que é bem-visto pela equipe de Lula para intermediar negociações e eventuais conflitos.
Ele é advogado e professor de Direito da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) desde 1993. Tem mestrado em Direito Público pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e deu aulas na Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UNB), de 2002 a 2006 – leia o perfil completo.
Ministério da Saúde – Nísia Trindade Lima
Nísia Trindade foi anunciada para o Ministério da Saúde nesta quinta. Ela é presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) desde 2017 e faz parte do grupo técnico de Saúde na equipe de transição de governo.
Ela será a primeira mulher a ocupar o cargo de ministra da Saúde.
Trindade coordenou as ações da Fiocruz durante o enfrentamento da pandemia de Covid-19 no Brasil e criou o “Observatório Covid-19”, uma iniciativa com a intenção de monitorar e divulgar informações e notícias sobre a pandemia e seus impactos no país.
Ela também esteve à frente das negociações com o Ministério da Saúde, a universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca para permitir que a Fiocruz fabricasse as vacinas contra a Covid-19 no Brasil.
Ministério das Relações Exteriores – Mauro Vieira
O diplomata Mauro Vieira foi confirmado para o Ministério das Relações Exteriores.
Embaixador do Brasil na Croácia desde 2018, Vieira já ocupou o mesmo cargo entre 2015 e 2016 durante o governo Dilma Rousseff, mas foi exonerado após o impeachment da ex-presidente.
Além disso, ele já esteve à frente alguns dos principais postos no exterior, como a embaixada na Argentina, em Washington e a representação do Brasil nas Nações Unidas, em Nova York. Vieira é um dos mais experientes diplomatas em atuação – leia o perfil completo.
Ministério das Mulheres – Cida Gonçalves
Aparecida Gonçalves, a Cida Gonçalves, comandará o Ministério das Mulheres a partir de 2023. Ela fazia parte da equipe de transição entre governo e havia sido escalada para atuar com políticas públicas de combate à violência de gênero.
Formada em Publicidade e Propaganda, ela foi assessora técnica e política da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para a Mulher no Governo do Mato Grosso do Sul entre 1999 e 2000. Também foi assessora da Coordenadoria de Atendimento à Mulher da Secretaria de Estado de Assistência Social Cidadania e Trabalho, de 2001 a 2002.
A futura ministra ocupou a Secretaria Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, de 2003 a 2012, durante os governos de Lula e o primeiro de Dilma.
Ministério de Portos e Aeroportos – Márcio França (PSB)
Márcio França (PSB) será o ministro de Portos e Aeroportos do Brasil a partir de 2023. Ele concorreu em 2022 ao Senado Federal por São Paulo, em chapa composta por Haddad e Lula, mas não foi eleito.
França se elegeu vereador de São Vicente em 1989. E mais tarde, em 1997, chegou à Prefeitura da cidade, que governou por dois mandatos. Ele foi eleito deputado federal em 2007.
França ainda foi Secretário do Turismo de São Paulo antes de ser eleito vice-governador do estado, em 2014. Ele assumiu como governador em abril de 2018, quando Geraldo Alckmin deixou o cargo para disputar a Presidência.
Ministério do Desenvolvimento Social, Assistência, Família e Combate à Fome – Wellington Dias (PT)
O presidente eleito anunciou Wellington Dias (PT) como ministro do Desenvolvimento Social. O ex-governador foi um dos coordenadores da campanha de Lula à Presidência no pleito de 2022.
Dias é formado em Letras pela Universidade Federal do Piauí. Sua carreira política se iniciou em 1992, quando se elegeu vereador da capital do estado, Teresina. Dois anos mais tarde, ele deixou o cargo e é escolhido deputado estadual.
Em 1998, Dias se elegeu deputado federal, sendo o primeiro parlamentar do PT no estado. Ele concorreu à Prefeitura de Teresina em 2000, mas foi derrotado.
Wellington Dias foi eleito pela primeira vez governador do Piauí em 2002. Ele assumiu em 2003, foi reeleito em 2006 e permaneceu no cargo até 2010. Após quatro anos como senador (2011-2014), ele voltou a concorrer ao Executivo do estado. O petista foi eleito em 2014 e só deixou a cadeira em março de 2022.
Ministério do Trabalho – Luiz Marinho (PT)
O deputado federal eleito pelo PT Luiz Marinho aceitou o convite do futuro presidente, Lula, para chefiar o Ministério do Trabalho em seu governo.
Marinho é o atual presidente estadual do Partido dos Trabalhadores em São Paulo e foi eleito deputado federal pelo partido, no estado, nas eleições deste ano.
Nascido em Cosmorama, no interior de São Paulo, Marinho é formado em direito, mas vem de uma longa carreira como sindicalista e político. Já foi ministro de Lula em seus primeiros governos e também prefeito de São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo – leia o perfil completo.
Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania – Silvio Almeida
O indicado para comandar o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania no governo do presidente eleito, Lula, foi Silvio Almeida.
Silvio Almeida é graduado em Direito pela Faculdade Presbiteriana Mackenzie e em Filosofia pela Universidade de São Paulo. Ele é também mestre em Direito Político e Econômico e doutor em Filosofia e Teoria Geral do Direito. Atualmente, é professor.
Em 2020, ele foi professor visitante na Universidade Duke, nos Estados Unidos, onde lecionou nos cursos “Raça e Direito na América Latina” e “Black Lives Matter: Brasil e Estados Unidos”. Em 2022, foi selecionado como professor visitante para a Universidade de Columbia, também no país norte-americano.