Quem é Márcio Derenne, delegado e amigo de Flávio Bolsonaro citado em depoimento
O delegado da Polícia Federal Márcio Derenne é amigo do senador Flávio Bolsonaro há 13 anos. Os dois se conheceram em um curso de MBA em Gestão de Políticas Públicas no Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj). Desde então, mantêm uma relação pessoal. As esposas dos dois também se conhecem e são amigas.
Derenne, por sinal, também é amigo de longa data de Carlos Henrique de Oliveira, ex-superintendente da PF no Rio de Janeiro. Foi ele quem, quando questionado em depoimento, disse que Márcio era próximo de um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro.
Na avaliação de integrantes da PF, o depoimento de Carlos Henrique não implica Derenne na investigação porque era sabido internamente que os dois são amigos. Pela amizade e proximidade com Flávio Bolsonaro, segundo fontes, Derenne “dificilmente” comentaria sobre uma investigação na frente do prédio da PF no Rio.
Hoje, Márcio Derenne está em Nova York. É funcionário da Interpol junto à ONU. É o primeiro brasileiro a ocupar o cargo. A missão foi dada pelo ex-diretor-geral da PF, Fernando Segóvia, em 2016. A vaga era disputada por policiais de todos os países. Derenne passou por entrevistas em Cingapura, na França e nos Estados Unidos.
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No Brasil, Márcio Derenne foi subscretário de segurança pública do Rio e tem passagens pelo Senado Federal e Ministério do Esporte. Em 2014, trabalhou com o então senador Lindbergh Farias (PT). Ele era responsável pelas pautas de segurança do gabinete. O convite para trabalhar com Lindbergh veio depois de Derenne integrar uma comissão do Congresso que discutiu a segurança pública no país.
Em 2016, assumiu a chefia da Assessoria Extraordinária de Grandes Eventos do Ministério do Esporte, meses antes dos Jogos Olímpicos no Rio. O convite para o cargo foi feito pelo então ministro do Esporte, Leonardo Picciani. A indicação foi dada pelo então diretor-geral Rogério Galloro a pedido do ministro.
Em 2008, Márcio Derenne recebeu a medalha Tiradentes da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. A comenda foi dada a ele a pedido dos então deputados estaduais Flávio Bolsonaro e Jose Nader. “Homem de coragem pulsante e vontade inabalável de buscar sempre o melhor, sua dedicação transcende ao que é normalmente exigível de suas funções, fato que o torna merecedor da mais alta comenda desta Casa, a Medalha Tiradentes”, diz a justificativa para a honraria.