Quem é André Mendonça, novo ministro da Justiça e Segurança Pública
Advogado chefiava a Advocacia-Geral da União, tem histórico de atuação contra a corrupção e foi definido por Jair Bolsonaro como 'terrivelmente evangélico'
O presidente Jair Bolsonaro nomeou André Mendonça, que ocupava o cargo de advogado-geral da União, para substituir Sergio Moro no comando do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Mendonça, de 47 anos, já foi apontado como possível nome a ser indicado por Bolsonaro a uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) quando uma cadeira ficar vaga em novembro, com a aposentadoria do decano da Corte, ministro Celso de Mello.
O presidente disse que pretende indicar um ministro evangélico a uma cadeira no Supremo e, em outra oportunidade, classificou o agora ministro da Justiça e Segurança Pública como “terrivelmente evangélico”.
Natural de Santos, no litoral paulista, o novo ministro atuava na Advocacia-Geral da União (AGU) desde 2000. Na instituição, exerceu os cargos de corregedor-geral e de diretor de Patrimônio e Probidade, dentre outros.
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Mendonça também trabalhou com o Dias Toffoli, atual presidente do STF, quando este chefiou a AGU, entre março de 2007 e outubro de 2009. Ele foi designado o 1º diretor do Departamento de Combate à Corrupção e Defesa do Patrimônio Público na gestão de Toffoli.
Além disso, foi coautor, ao lado do ministro do STF Alexandre de Moraes, do livro “Democracia e Sistema de Justiça”, lançado em outubro de 2019 em homenagem aos 10 anos de Toffoli no Supremo.
Recentemente, na Controladoria-Geral da União (CGU), como assessor especial do ministro Wagner Rosário, coordenou equipes de negociação de acordos de leniência celebrados pela União e empresas privadas. Mendonça assumiu o comando da AGU em 2019, com a chegada de Bolsonaro à presidência.
Advogado, formado pela Faculdade de Direito de Bauru, no interior de São Paulo, é doutor em Estado de Direito e Governança Global e mestre em Estratégias Anticorrupção e Políticas de Integridade pela Universidade de Salamanca, na Espanha.
Perfil de Mendonça divulgado pela AGU diz que suas teses de doutorado e dissertação de mestrado conquistaram o prêmio extraordinário da Universidade. Também é pós-graduado em Direito Público pela Universidade de Brasília (UnB).
Mendonça recebeu, na categoria especial, o Prêmio Innovare 2011 pelo reconhecimento a idealização e coordenação de grupo dedicado à recuperação de ativos desviados em casos de corrupção, que recuperou bilhões de reais aos cofres públicos.
A AGU diz ainda que para Mendonça, “o combate à corrupção sempre foi a principal área de atuação da carreira”.
Moro, como ex-juiz da Lava Jato em Curitiba, era considerado um símbolo do combate à corrupção e emprestava esse perfil ao governo Bolsonaro, trazendo consigo o apoio de simpatizantes da operação. A indicação de Mendonça também parece se encaixar nesse mesmo perfil, ainda que com menos destaque.
(Com informações da Reuters)