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    Quem é Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor da Abin alvo de operação da PF

    Parlamentar é pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro e foi pivô da saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça durante o governo de Jair Bolsonaro

    O deputado federal e ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem (PL-RJ)
    O deputado federal e ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem (PL-RJ) Marcos Oliveira 26.jun.2019/Agência Senado

    Da CNN

    O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), foi alvo de operação da Polícia Federal (PF) na manhã desta quinta-feira (25). Agentes da PF cumpriram mandado de busca e apreensão no gabinete do parlamentar em Brasília.

    A Operação Vigilância Aproximada investiga organização criminosa que teria se instalado na Abin com o intuito de monitorar ilegalmente autoridades públicas de outras pessoas. Segundo as investigações, o grupo usava ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial.

    Ramagem é pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro pelo PL, tendo sido inclusive escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para disputar o pleito. Em novembro passado, o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, elogiou a indicação de Bolsonaro e afirmou que Ramagem é o candidato ideal.

    Quem é Alexandre Ramagem

    Homem de confiança do clã Bolsonaro, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) comandava a Agência Brasileira de Investigação (Abin) durante o período em que o órgão teria espionado ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), jornalistas e adversários do ex-presidente entre 2019 e 2021.

    Delegado da Polícia Federal desde 2005, Ramagem foi coordenador da segurança de Jair Bolsonaro em 2018 após o então candidato sofrer um atentado em Juiz de Fora. Foi nessa época que ganhou a confiança dos filhos de Bolsonaro.

    Após a eleição, inicialmente, Ramagem foi escalado para um cargo de assessor especial no Palácio do Planalto até que, em julho de 2019, Bolsonaro o colocou no comando da Abin, que é subordinado ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), então chefiado pelo general Augusto Heleno.

    Para chegar à chefia da Abin, Ramagem teve o apoio do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Aos fins de semana, ele costumava frequentar o Palácio do Alvorada levando informações estratégicas a Bolsonaro.

    A confiança de Bolsonaro em Ramagem era tamanha que, menos de um ano depois, decidiu que iria promovê-lo novamente e colocá-lo na chefia da PF. Na época, chegou a dar declarações de que a PF deveria produzir informações para que ele tomasse decisões.

    O desejo de colocar Ramagem na PF foi o estopim para o rompimento de Sergio Moro (União Brasil-PR), que era ministro da Justiça, com Bolsonaro. Para Moro, empossar Ramagem como diretor-geral seria aparelhar a PF.

    Moro deixou o governo causando alarido e, no fim, foi Alexandre de Moraes quem bloqueou a ida de Ramagem para a PF. O ministro suspendeu a posse por ver ausência dos princípios da “impessoalidade, moralidade e interesse público”.

    No final de 2020, segundo reportagem da revista “Época”, sob comando de Ramagem, a Abin preparou relatório para subsidiar a defesa do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) para se defender no caso das rachadinhas. Objetivo era pedir a anulação da investigação.

    Com o apoio de Bolsonaro, Ramagem foi eleito deputado federal pelo Rio de janeiro com 59 mil votos. Ele é citado como uma das opções do ex-presidente para disputar a prefeitura do Rio de Janeiro.

    No Congresso, Ramagem compõe a tropa de choque de Bolsonaro. O ex-chefe da Abin ficou responsável por produzir o relatório paralela da CPMI que investiga os atos de 8 de Janeiro. Documento pediu o indiciamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ministro da Justiça, Flávio Dino.

    (Publicado por Lucas Schroeder, com informações de Jussara Soares, Larissa Rodrigues, Leonardo Ribbeiro e Renata Agostini)