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    Queiroz dá nova versão sobre datas de conversas com Jair e Flávio Bolsonaro

    A suspeita sobre Queiroz foi revelada em 6 de dezembro de 2018

    Fernando Molica e Leandro Resende, da CNN, no Rio de Janeiro

    O depoimento prestado por Fabrício Queiroz ao Ministério Público Federal no dia 2 de julho, quando ainda estava preso em Bangu, indica contradições em relação a datas de conversas entre ele, o presidente Jair Bolsonaro e seu filho Flávio Bolsonaro. As conversas teriam ocorrido entre o fim de 2018 e o início de 2019. 

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    Ao falar ao MPF, Queiroz disse que esteve com Jair e Flávio pela última vez logo que seu envolvimento com a Operação Furna da Onça veio a público “e que não mais tiveram qualquer contato”. A declaração consta da transcrição de suas declarações, obtida pela CNN

    A suspeita sobre Queiroz foi revelada em 6 de dezembro de 2018, quando o jornal ‘O Estado de S. Paulo’ publicou que relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) incorporado à Operação Furna da Onça apontava movimentações financeiras atípicas dele e de outros assessores e ex-assessores parlamentares. 

    Em entrevista no dia seguinte ao site ‘O Antagonista’, Bolsonaro afirmou que cortara contato com Queiroz e só iria retomá-lo quando ele explicasse para o Ministério Público. 

    No dia 8, após participar de uma cerimônia na Escola Naval, no Rio, o então presidente eleito, ao ser questionado sobre se conversara com Queiroz,  respondeu: “Eu não conversei com ele, eu não conversei com ele”. Perguntado sobre a possibilidade de conversar com o ex-assessor de seu filho, Bolsonaro disse: “Se ele quiser conversar comigo… Eu acho que não seria prudente, mas conversaria sim”. 

    Em maio de 2019, em entrevista publicada pelo ‘O Estado de S.Paulo’, Flávio afirmou que a última vez que falara com o ex-assessor foi quando este foi submetido a uma cirurgia para tratamento de câncer – Queiroz foi internado no dia 30 de dezembro.  “Liguei pra saber se estava tudo bem e nunca mais falei com ele”, declarou.  

    Ao MPF, Queiroz afirmou também que na cadeia sua comida era “selecionada como medida de segurança de possível envenenamento”.  Queiroz acrescentou que estava sendo bem tratado, e que a comida não era “de qualidade” .

    Em 20 de junho, dois dias depois da prisão do ex-assessor do hoje senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), o Ministério Público do Rio pediu que fossem tomadas “todas as medidas administrativas pertinentes para garantir a total integridade física e moral” de Queiroz. No pedido, o MP alertava que Queiroz preocupa em virtude de sua “ampla repercussão nacional” e das manifestações de “diversas autoridades públicas nacionais” sobre sua prisão. 

    O depoimento de Queiroz ao MPF foi prestado na investigação sobre vazamento da Operação Furna da Onça. O empresário Paulo Marinho afirmou, em entrevista ao jornal ‘Folha de S. Paulo’ em maio deste ano, que, antes do segundo turno da eleição de 2018, Flávio Bolsonaro soube de um delegado da PF que o nome de Queiroz aparecia em meio a investigações sobre deputados estaduais do Rio.

    No depoimento prestado ao MPF, Queiroz confirma um dos pontos levantados por Marinho. Ele admitiu que esteve no escritório do advogado Christiano Fragoso – o empresário afirmou que indicara o profissional para atuar na investigação do suposto esquema de “rachadinhas” no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio. 

    Ao MPF,  Queiroz afirmou “que esteve num escritório no centro do Rio de Janeiro de um advogado chamado Christiano e imagina que seja o próprio”.

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