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    Queiroga sofre resistência interna e governo tenta livrá-lo de CPI

    líder do governo no Senado, Fernando Bezerra, trabalha nos bastidores para que Queiroga responda a questionamentos por ofício à CPI

    Caio Junqueira

    O governo opera para tentar reverter o depoimento do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na CPI da Pandemia, segundo parlamentares da bancada governista.

    O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra, trabalha nos bastidores para que Queiroga responda a questionamentos por ofício à CPI.

    O movimento de Bezerra parte de uma tentativa do próprio Palácio do Planalto de tentar estancar um processo de fragilização de Queiroga que foi deflagrado por parte da base aliada governista e dentro da própria equipe do ministro para enfraquecê-lo e colocá-lo contra o presidente. Nos últimos dias, ao menos três episódios foram vistos como parte desse processo.

    O mais relevante deles foi o vazamento da informação de que uma reunião da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde, o Conitec, analisaria um parecer que excluiria a hidroxicloroquina como medicamento para que o SUS combata a Covid-19. Interlocutores de Queiroga atribuem o vazamento do parecer a uma tentativa de desestabilizá-lo com o presidente Jair Bolsonaro.

    Em outro movimento, o novo coordenador do Programa Nacional de Imunizações, Ricardo Gurgel, deu declarações também contrárias a hidroxicloroquina. Ele é subordinado ao Secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros, indicado ao cargo pelo PL, um dos principais partidos da base de apoio de Bolsonaro.

    A terceira ação foi o embate entre a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, com o chefe de gabinete de Queiroga, João Lopes de Araújo Júnior. Ela registrou um boletim de ocorrência contra ele por ameaça, conforme revelado pela rádio CBN e confirmado pela CNN.

    De acordo com a secretária, o chefe de gabinete a acusou de conspirar junto com o ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni, pela demissão do ministro. A assessoria de imprensa de Onyx negou à CNN que ele teria agido contra Queiroga.

    No Palácio do Planalto, a avaliação de interlocutores do presidente Jair Bolsonaro é a de que não há disposição de promover uma nova substituição no Ministério da Saúde.

    Procurado, Queiroga não quis comentar o assunto.

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