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    Eleições 2022

    QGs de Haddad e Tarcísio tentam conter crescimento de Rodrigo em SP

    As campanhas acenderam sinal amarelo para o percentual de indecisos no estado, que fica em torno de 20%

    Caio Junqueirada CNN

    As coordenações das campanhas de Fernando Haddad e de Tarcísio de Freitas tentam conter o crescimento do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, na reta final da campanha pelo Palácio dos Bandeirantes.

    A alta taxa de indecisos no estado — ao redor de 20%— e a intensificação da máquina administrativa paulista operando por Rodrigo nas últimas horas acendeu o sinal amarelo em ambas as campanhas, a ponto das coordenações nacionais de Bolsonaro e Lula afinarem estratégias com as estaduais. Ainda mais porque há a sensação de que São Paulo, maior colégio eleitoral do país, deverá ser determinante para a disputa presidencial acabar ou não no domingo.

    Na tarde desta segunda-feira, por exemplo, os comandos das campanhas de Lula e Haddad se reuniram e definiram que o alvo do candidato petista a governador, mais do que tudo, deve ser o presidente Jair Bolsonaro, dentro da estratégia da campanha nacional de tentar vencer a eleição no primeiro turno. Isso porque se constatou que Bolsonaro transfere votos a Tarcísio, mas o contrário não ocorre. Os petistas também identificaram que parte dos votos de Lula no estado está indo para o governador e candidato à reeleição Rodrigo Garcia, o que levou a conclusão de que é preciso também ampliar os ataques ao tucano, considerado adversário mais difícil em um eventual segundo turno contra Haddad.

    No campo bolsonarista, a leitura é de que nesta semana será preciso reforçar a ligação da imagem de Tarcísio a de Bolsonaro para eliminar Rodrigo Garcia do segundo turno, uma vez que as intenções de voto em Bolsonaro são maiores do que em Tarcísio. Estão previstas duas agendas conjuntas entre ambos, uma em Santos e outra na capital paulista. Tarcísio também deverá reforçar sua identidade bolsonarista, defendendo o legado do atual governo federal. A expectativa é de que ele consiga se descolar especialmente de Rodrigo Garcia no interior paulista. A campanha também quer reforçar no eleitor que o seu número (10) difere do de Bolsonaro (22) na urna. A alta taxa de indecisos faz com que seja feita uma nova fase de apresentação do candidato com o conceito de tocador de obras.

    Os bolsonaristas, contudo, temem a máquina administrativa tucana no estado, que tem sido decisiva para os candidatos do PSDB desde 1995, quando o partido chegou pela primeira vez no Palácio dos Bandeirantes. Nos bastidores da campanha, fala-se em mais de 500 prefeitos, 2 mil vereadores e 80 mil funcionários públicos trabalhando por ele no estado.

    Justamente o exército com que Rodrigo Garcia conta para mobilizar nesses últimos dias. Esse, aliás, foi o principal comando de uma reunião ocorrida na noite deste domingo no Palácio dos Bandeirantes de Garcia com sua coordenação de campanha.

    A campanha de Marcio França em 2018 foi lembrada. Governador do estado na época, ele estava em terceiro nas pesquisas na última semana e houve uma intensa mobilização a seu favor na reta final, que acabou colocando-o no segundo turno contra Joao Doria. É o que a campanha quer fazer até domingo. Para tanto, serão feitas reuniões diárias com grupos de prefeitos, distribuição de jornais com realizações do governo por todo o estado e presença maciça do candidato pelo estado. Só nesta segunda-feira, ele fez oito caminhadas pela capital paulista — num dia que a chuva não deu trégua.

    Outro ponto é focar os ataques nos adversários diretos e não nos padrinhos. Isso porque constatou-se que muitos eleitores de Rodrigo Garcia têm potencial para votar para presidente tanto em Lula quanto em Bolsonaro e a ideia, preservando os presidenciáveis, é justamente evitar se indispor com os eleitores deles. A campanha notou que Lula cresceu em São Paulo nas últimas semanas, mas Haddad não. Por isso, opção é tentar também atrair o eleitor lulista e focar os ataques em Haddad e, em especial, na gestão dele na prefeitura de São Paulo, derrotada em primeiro turno por Joao Doria em 2016. Nos trackings internos, constatou-se queda de Haddad na região metropolitana.

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