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    Eleições 2022

    QG bolsonarista reconhece que esquerda pautou debate no segundo turno

    Uma ala da campanha avalia que o presidente passou para a defensiva por conta as polêmicas nas redes sociais e aposta no debate desta sexta para ganhar novos votos

    Kenzô Machida

    Uma ala do QG bolsonarista reconhece que a campanha do segundo turno foi pautada pela esquerda e que por isso o presidente Jair Bolsonaro (PL) teve que atuar na defensiva para apagar os incêndios das polêmicas nas redes sociais. De acordo com fontes ouvidas pela CNN, durante todas as semanas de campanha do segundo turno das eleições o QG bolsonarista precisava impulsionar publicações e fazer um grande esforço para explicar as polêmicas negativas relacionadas ao candidato a reeleição.

    A leitura interna de uma ala do QG é que a votação acima das expectativas no primeiro turno das eleições e o sucesso de candidatos bolsonaristas eleitos para o Congresso Nacional elevaram o ânimo de aliados e atraíram apoios logo na largada da disputa, mas uma série de crises geradas por falas do presidente e atitudes desastrosas de aliados como o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) fizeram com que o QG de campanha gastasse muita energia em gerenciar crises e não converter votos para Bolsonaro.

    Na primeira semana da corrida na disputa do primeiro turno, a campanha de Bolsonaro teve que se explicar sobre um vídeo de uma visita do presidente a uma loja da maçonaria, organização que é hostilizada pelos evangélicos, principal eleitorado de Bolsonaro. Na sequência, a oposição trouxe à tona uma entrevista de Bolsonaro em que ele aparece dizendo que “comeria um índio sem problema nenhum” ao falar da oportunidade de fazer uma visita a uma tribo que supostamente teria essas práticas na Amazônia.

    Dias depois, a campanha do presidente teve que apagar um novo incêndio com o episódio do “pintou um clima” se referindo a jovens venezuelanas. A fala teve grande repercussão nas redes sociais, e Bolsonaro passou a ser chamado de “pedófilo” por seus rivais. O que ele negou.

    Depois, Bolsonaro teve que se desvencilhar sobre a polêmica da desindexação do orçamento federal e do reajuste do salário mínimo. O ministro da Economia, Paulo Guedes, precisou reiteradas vezes afirmar que não iriam mudar “no meio do jogo” as regras de reajuste do salário mínimo, pensões e aposentadorias pela inflação do ano anterior. Até criaram uma série de peças publicitárias para explicar a situação.

    As informações que impulsionaram essa notícia tiveram como base estudos da área técnica do Ministério da Economia, que afirma que as propostas não têm a chancela do ministro.

    No último domingo, o episódio Roberto Jefferson, aliado de Bolsonaro, que recebeu os agentes da Polícia Federal a tiros e granadas fizeram com que o QG de campanha atuasse mais uma vez para diminuir os impactos da ligação entre Roberto Jefferson e Bolsonaro, ou seja, a avaliação ao final dessa é que ao longo de todo o segundo turno o gasto de energia com essas crises foi intensa e que o último debate na TV pode ser a aposta para tentar virar votos.

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