PT tenta conter otimismo e quer lançar comitês em fevereiro
“Estou preocupado com o excesso de otimismo e alertei o presidente Lula sobre isso. Ele concorda. Pesquisa dá uma ilusão de tranquilidade mas a campanha será dura, difícil. Virão para cima de nós”, disse Gilberto Carvalho à CNN
O Partido dos Trabalhadores (PT) tenta conter o otimismo com os números das pesquisas eleitorais que colocam o ex-presidente Lula com folgada margem de liderança diante do presidente Jair Bolsonaro (PL).
O partido planeja lançar em fevereiro comitês de campanhas pelos estados
“Estou preocupado com o excesso de otimismo e alertei o presidente Lula sobre isso. Ele concorda. Pesquisa dá uma ilusão de tranquilidade mas a campanha será dura, difícil. Virão para cima de nós”, disse Gilberto Carvalho à CNN na tarde desta quarta-feira (22) durante evento de Lula com catadores de papel no centro de São Paulo.
Chefe de gabinete de Lula durante os dois mandatos, ele afirmou que em fevereiro o partido planeja lançar comitês pelos estados com militantes dispostos a ajudar na estruturação da campanha.
Além dele, estiveram com Lula a presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, o ex-prefeito Fernando Haddad, a secretária municipal Marta Suplicy e o deputado estadual Emídio de Sousa e coordenador jurídico do partido, Marco Aurelio de Carvalho.
Nos últimos dias, em conversas reservadas, petistas têm relatado preocupação com o “clima de já ganhou” na campanha.
Há uma percepção de que. apesar dos índices nas pesquisas, o partido perdeu espaço nos últimos anos em bases em que sempre foi forte, como igrejas e movimentos sociais.
No estado de São Paulo, maior colégio eleitoral do país, dirigentes avaliam que o partido pode ter dificuldades para enfrentar a maquina administrativa do estado e da União. O PT governa hoje apenas quatro das 645 cidades do estado e tem apenas 100 vereadores.
Daí a ideia de tentar mobilizar a militância petista e estruturar pelo menos na pré-campanha nos moldes da de 1989, ainda mais porque se sabe que o principal adversário de Lula, Bolsonaro, tem uma militância leal, fiel e organizada.