PT prepara ofensiva para explorar relação de Moro com Alvarez & Marsal
Partido planeja pedidos ao TCU para ter acesso a informações sobre atuação de Moro na empresa; ex-ministro Moro diz que não há qualquer irregularidade na relação dele com a consultoria
O PT escalou um grupo de parlamentares para se debruçar sobre a atuação do ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro na Lava Jato e, principalmente, na consultoria Alvarez & Marsal. A informação foi divulgada pela Agência Pública e confirmada pela CNN.
A ideia é reunir possíveis incongruências e indícios de conflito de interesse. Um dos principais objetivos é identificar se Moro pode ter lucrado com a operação Lava Jato.
Nesta terça-feira (22), a âncora da CNN Daniela Lima antecipou que o Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu compartilhar com a Procuradoria-Geral da República (PGR) documentos sobre o dinheiro recebido por Moro na da Alvarez & Marsal. O TCU ainda pediu que o MPF decida sobre o pedido imediato dos bloqueios de bens de Moro.
A suspeita é de que o ex-juiz tenha, como advogado, após deixar o governo Bolsonaro, recebido valores de empresas que ele julgou, condenou e avalizou acordos de leniência.
Na esteira dessa decisão do ministro Bruno Dantas, do TCU, o PT prepara uma série de pedidos à Corte de Contas para ter acesso a informações sobre a atuação de Moro na Alvarez & Marsal. O objetivo é ter dados ainda mais consistentes e reuni-los no que tem sido chamado interna e ironicamente de “Powerpoint de Moro”.
Procurado, o ex-ministro Moro informou que não há qualquer irregularidade na relação dele com a empresa, especializada em restruturação. “A investigação do TCU, de acordo com órgãos internos, como a Seinfra, já deveria estar arquivada, tendo em vista a ausência de qualquer ilegalidade na prestação de serviço de um cidadão para uma empresa privada.”
Em nota enviada por sua assessoria de imprensa, Moro ainda alegou que seus atos foram todos legais e que ele está à disposição para esclarecer os fatos às autoridades. O ex-juiz ainda considera que há indícios de “utilização das estruturas de Estado para politização de temas afetos aos órgãos de controle”.
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