PT estuda federação partidária com PSB, PCdoB, PSOL e PV
Resolução aprovada prevê nova análise sobre o assunto em fevereiro de 2022
Em reunião realizada nesta quinta-feira (16), o Diretório Nacional do PT decidiu abrir conversas para criar uma federação partidária com o PSB, PCdoB, PSOL e PV. A proposta foi apresentada pela presidente do partido, Gleisi Hoffmann. As federações partidárias foram aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral para as eleições de 2022 e permitem que dois ou mais partidos se unam para atuar como uma só agremiação política nas eleições e na legislatura, devendo permanecer assim por um período mínimo de quatro anos. O partido volta a discutir o assunto em fevereiro de 2022.
As federações têm natureza permanente, precisam ser formadas por partidos com afinidade programática. Se alguma legenda deixar a federação antes do prazo, sofre punições, como a proibição do uso do fundo eleitoral. Ao contrário das coligações, que são estaduais e podem variar de um estado para outro, as federações devem ter abrangência nacional.
A reunião foi realizada um dia depois de o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin deixar o PSDB. Ele é cotado para vice na chapa do ex-presidente Lula nas eleições do ano que vem, e tem convite do PSB.
A resolução do PT vem dois dias depois de a âncora da CNN Daniela Lima revelar que o impasse do partido em iniciar o debate afetou a relação com o PSB.
Em comunicado, o PT informou que a Comissão Executiva Nacional do Partido irá conduzir os diálogos para criação da federação a partir de um debate de um programa único entre as legendas.
À CNN, o presidente do PT no Rio de Janeiro, João Maurício, ponderou que a formação de uma federação partidária precisa ser discutida tendo como base
o programa dos partidos e reconhecendo a “gravidade do momento político” do país. “A federação vai ser boa em um estado, pode ser ruim eleitoralmente em outro. Mas estamos numa situação de anormalidade, o que aconteceu ontem com o Ciro Gomes é grave, por exemplo. Precisamos de uma frente ampla no país”, afirmou.