PT e Geddel Vieira Lima fecham aliança na Bahia
Ex-ministro, que cumpre pena em liberdade condicional por crimes como lavagem de dinheiro, participou de evento que formalizou união entre o PT e o MDB no maior colégio eleitoral do Nordeste
O PT e o MDB da Bahia oficializaram a chapa que concorrerá ao governo do estado. O pré-candidato é o petista Jerônimo Rodrigues, que era secretário estadual da Educação. Seu vice será Geraldo Júnior (MDB), presidente da Câmara Municipal de Salvador.
Ex-ministro do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geddel Vieira Lima esteve na sede do MDB da Bahia durante o evento que formalizou a aliança, na quarta-feira (30). A informação foi confirmada à CNN pela assessoria do senador Jaques Wagner (PT). Geddel não possui cargo formal no MDB da Bahia, segundo o partido, mas ainda tem influência sobre a legenda e “abençoou” a aliança.
Geddel cumpre pena em liberdade condicional pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa no caso das malas com cerca de R$ 51 milhões encontradas em um apartamento em Salvador.
O emedebista foi deputado federal pela Bahia por cinco mandatos consecutivos, entre 1991 e 2011. Nesse período, foi ministro da Integração Nacional do governo Lula entre 2007 e 2010, quando deixou o cargo para se candidatar ao governo da Bahia ― ele foi derrotado por Jaques Wagner, que concorria à reeleição.
Em 2016, durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT), Geddel voltou a ser ministro, assumindo a chefia da Secretaria de Governo de Michel Temer (MDB). Em novembro daquele ano, deixou o cargo.
“Bunker da propina”
Geddel teve a prisão provisória decretada em julho de 2017. Ele e o irmão, o também ex-deputado Lúcio Vieira Lima, foram condenados pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) em outubro de 2019.
Geddel foi condenado a 14 anos e dez meses de prisão; Lúcio, a dez anos e seis meses, além de pagar um valor de R$ 52 milhões por danos morais.
Os dois foram denunciados após a Polícia Federal (PF) encontrar cerca de R$ 51 milhões em caixas e malas em um apartamento em Salvador, no caso que ficou conhecido como “bunker da propina”.
Geddel está em liberdade condicional desde fevereiro, após decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo.
Além da progressão de regime, o ministro também reduziu a pena de Geddel em 681 dias por motivos de trabalho e estudo. Na decisão, Fachin argumentou que o ex-ministro participou de cursos de capacitação profissional, se dedicou à leitura e elaboração de resenhas, além de ter sido aprovado em quatro áreas do conhecimento no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
*Com informações de Leonardo Rodrigues Lopes, Danilo Moliterno e Evelyne Lorenzetti