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    PT discute política econômica com criador do Plano Real

    O economista Pérsio Arida se reuniu com integrantes de fundação petista. Ele ponderou, contudo, que não há compromisso em integrar a equipe de campanha de Lula

    Renata AgostiniGustavo UribeThais Herédia

    O economista Pérsio Arida, um dos criadores do Plano Real, se reuniu na semana passada com integrantes da Fundação Perseu Abramo, do PT, para discutir a política econômica do país.

    A informação foi antecipada pelo site Brasília Alta Frequência e confirmada pela CNN.

    O convite foi feito pelo ex-ministro Aloizio Mercadante, que tem sido o responsável pela elaboração do plano de governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

    Ex-presidente do Banco Central durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, o economista foi coordenador econômico do programa de governo de Geraldo Alckmin na campanha presidencial de 2018.

    Em conversa com a CNN, Arida disse que teve um diálogo de uma hora e meia sobre o que ele entende que é o melhor neste momento para a política econômica do país.

    “Da minha parte, tenho conversado com todos os economistas que estão ajudando candidatos comprometidos com a democracia, mas não tenho compromisso com programas de governo de nenhum candidato em particular”, disse o economista.

    Arida ainda reforçou os laços com o ex-ministro petista e sua oposição ao governo Jair Bolsonaro (PL). “Conheço Mercadante desde a faculdade, seguimos caminhos distintos nos anos seguintes, mas tenho enorme respeito por ele. Atendi ao convite dele e conversei com PT como converso com todos e não tenho me negado a dialogar: fiz diversas conversas recentemente, até com Moro conversei. Só não converso com Bolsonaro”, diz Arida

    Apesar da recusa de Arida, dirigentes petistas acreditam que o economista pode se tornar uma espécie de colaborador informal do programa de governo petista, o que ajudaria a diminuir a rejeição ao ex-presidente Lula junto ao mercado financeiro.

    Em um futuro governo, Lula tem proposto restituir a divisão entre Fazenda e Planejamento. Segundo aliados do petista, a avaliação do presidenciável é de que a fusão das duas pastas no Ministério da Economia prejudicou o debate sobre a elaboração de políticas públicas.

    Para o Planejamento, o principal cotado em uma eventual gestão do petista é o ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa. Já para a Fazenda, aliados do presidenciável consideram que um nome moderado e político, com abertura junto ao mercado financeiro, poderia contribuir com a redução da resistência a um governo petista.

    A junção de Fazenda e Planejamento foi efetuada pelo governo Jair Bolsonaro com o objetivo de enxugar a Esplanada dos Ministérios, que chegou a ter 39 pastas. Hoje, há 23 ministérios.

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