PSOL pede que STF inclua Bolsonaro em inquérito que apura manifestações
Inquérito já apura a participação de deputados nas manifestações do último dia 19 de abril; partido quer incluir presidente nas investigações
O PSOL apresentou nesta segunda-feira (4) um pedido ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, para que inclua presidente Jair Bolsonaro como investigado no inquérito 4828, que investiga a participação de deputados nas manifestações do último dia 19 de abril.
Segundo o partido, seria “indisfarçável” a participação do presidente da República na organização dos atos diante dos atos que atacam, de forma sistemática e organizada, o sistema democrático. Os atos do dia 19 de abril ocorreram em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília.
No pedido, o PSOL afirmou que, por diversas vezes, o presidente da República confrontou e menosprezou as orientações das autoridades sanitárias nacionais e internacionais, que iam no sentido de promover medidas de contenção, distanciamento social, restrição da circulação de pessoas e isolamento.
“Sem amparo em medidas científicas e contrariando autoridades sanitárias nacionais e internacionais, a postura irresponsável e criminosa do Presidente da República tem colocado a população brasileira cada vez mais em risco e pode levar a uma tragédia sem precedentes no nosso país”, disse.
Para a legenda, “não restam dúvidas de que o presidente da República não possui qualquer apreço pela democracia e sequer reconhece o papel de instituições como o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal para a consolidação do Estado de Direito.”
No dia 21 de abril, Moraes determinou a instauração de inquérito para apurar a participação de deputados federais na organização de atos contra a democracia que ocorreram no dia 19 de abril. Moraes manteve a investigação em sigilo, como foi solicitado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, autor do pedido de abertura da apuração.
Este inquérito não tem relação com os protestos mais recentes, ocorridos neste domingo (3 de maio), em que houve agressões a jornalistas.
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