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    PSOL diz que pedirá cassação de Mourão ao Conselho de Ética do Senado por incitação das Forças Armadas

    Senador, que foi vice de Bolsonaro, falou em possível “confronto de gravíssimas consequências” durante discurso no plenário após operação da PF

    Hamilton Mourão, senador pelo Rio Grande do Sul
    Hamilton Mourão, senador pelo Rio Grande do Sul REUTERS/Adriano Machado

    Victor Aguiarda CNN*

    em São Paulo

    O PSOL preparou, nesta quinta-feira (8), uma representação contra o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS). O documento, que será enviado ao Conselho de Ética do Senado após o Carnaval, segundo o partido, pede a cassação do mandato do parlamentar.

    Mourão, general da reserva do Exército e que foi vice-presidente de Jair Bolsonaro (PL), falou no plenário e nas redes sociais sobre a operação da Polícia Federal (PF) que mirou aliados políticos e militares de Bolsonaro na quinta – declaração que motivou a representação do PSOL.

    “A mera observação da precipitação dos acontecimentos, cada vez mais traumáticos, indica a possibilidade lamentável de um confronto de gravíssimas consequências”, disse Mourão no Senado.

    “Uma devassa persecutória é o que estamos testemunhando, hoje, no Brasil. Não podemos nos omitir, nem as Forças Armadas, nem a Justiça Militar, sobre esse fenômeno de desmando desenfreado que persegue adversários e que pode acarretar instabilidade no País”, escreveu o senador em uma postagem.

    Segundo a representação do PSOL, Mourão incitou as Forças Armadas com as falas e quebrou o decoro parlamentar.

    O partido pontua, ainda, a falta de um pronunciamento do general a respeito de uma reunião de Bolsonaro com outros alvos da operação da PF, realizada em julho de 2022, que revelaria um suposto arranjo golpista.

    Em suas redes sociais, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) se manifestou a respeito da ação.

    “Entraremos no Conselho de Ética do Senado pedindo a cassação do mandato do General Mourão por incitar as Forças Armadas a ações golpistas de descumprimento judicial”, escreveu Boulos, que também é pré-candidato à prefeitura de São Paulo. “Sem anistia a nenhum golpista!”

    Além do pedido feito ao Conselho de Ética do Senado, deputados do PSOL solicitaram ao ministro Alexandre de Moraes que proíba o senador de “incentivar animosidade”. A Procuradoria-Geral da República (PGR) também foi acionada, com pedidos de investigação por estímulo a um golpe de Estado.

    Procurados pela CNN, representantes de Mourão afirmaram que o gabinete avalia se o senador irá se posicionar a respeito do assunto.

     

    *Sob supervisão de Marcelo Freire