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    “PSDB precisa saber quem queremos ser e com quem nos alinhar”, diz Raquel Lyra à CNN

    Ao CNN Entrevistas, governadora de Pernambuco mantém defesa de independência em relação à gestão Lula, e não de oposição a todo custo

    Iuri PittaCarol Nogueirada CNN , São Paulo

    A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, é um dos principais nomes associados à renovação na política brasileira, mas tem antes pela frente um desafio no quintal de casa: arejar o discurso de seu próprio partido, o PSDB, em um momento que define como crucial para a sigla que elegeu Fernando Henrique Cardoso presidente e, hoje, tem a própria sobrevivência colocada em xeque.

    “O PSDB passa por um momento de reflexão profunda sobre o seu presente e sobre o seu futuro. Vive-se de fato um momento crucial, sobre quem queremos ser, com quem vamos nos alinhar”, afirmou a governadora ao CNN Entrevistas, na mesma semana em que o partido lançou um “Farol da Oposição”, reforçando a posição contrária ao governo do PT.

    “Sempre defendi, desde que disputei as eleições e depois, eleita governadora, que o partido tivesse uma postura de independência (do governo Lula), especialmente neste momento de construção de consensos. Continuo defendendo independência em relação ao governo federal”, salienta a governadora.

    Aos 45 anos, Raquel Lyra foi um dos três nomes tucanos eleitos em 2022 para governos estaduais, ao lado de Eduardo Leite (RS), primeiro gaúcho a vencer duas vezes consecutivas a corrida pelo Palácio Piratini, e Eduardo Riedel (MS), um empresário que estreou com vitória nas urnas ao superar um candidato apoiado pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) em um dos estados de maior apoio ao ex-mandatário no país.

    A vitória de Raquel ao Palácio do Campo das Princesas também tem ineditismos: foi a primeira vez que uma mulher foi eleita governadora de Pernambuco, em uma chapa 100% feminina, ao lado de Priscila Krause (Cidadania). Uma eleição também marcada pela perda do marido, Fernando, no dia do primeiro turno.

    Neste ano de eleições municipais, Raquel não só permaneceu no PSDB, como articulou filiações e candidaturas pelas cidades pernambucanas ao lado do Cidadania, partido federado aos tucanos. Com isso, afastou, pelo menos por ora, os rumores de que trocaria de partido – ela já foi filiada ao PSB e até hoje fala com admiração de Eduardo Campos, embora tenha no filho do ex-governador, o prefeito do Recife, João Campos, um potencial adversário nas urnas em 2026.

    “Eu não sou candidata a nada em 2024, eu posso ser reeleita em 2026. Mas para os enfrentamentos que existem, precisamos ter um cuidado com a gestão”, disse a governadora. “O PSDB precisa estar muito ancorado sobre suas gestões para mostrar ao Brasil aquilo que pode trazer de diferença: responsabilidade, compromisso com as pessoas, com responsabilidade econômica e fiscal.”

    Ao ser questionada sobre como exercer esse papel em um país polarizado como o Brasil e com muito do debate político travado por meio das redes sociais, Raquel Lyra pondera que se trata de um fenômeno mundial, mas que é preciso ter clareza sobre um aspecto: “As instituições precisam estar fortes para manter o papel da democracia”.

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