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    Promotores pedem que chefe do MP-RJ apure ‘possíveis crimes’ de Cláudio Castro

    Castro foi citado em depoimento de delação premiada prestado por Bruno Campo Selem, denunciado por ser o operador financeiro de grupo que fraudou contratos

    Leandro ResendeFernando Molicada CNN

    Promotores que atuaram na investigação que levou à prisão o secretário de Educação do Rio Pedro Fernandes (PSC) e a ex-deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) pediram apuração sobre “possível prática de crimes contra a administração pública” cometidos pelo governador em exercício do Rio, Cláudio Castro (PSC).

    Em documento que integra a denúncia contra os investigados do caso, os integrantes do Ministério Público do Rio de Janeiro afirmam haver “suspeitas” de que Castro tenha se envolvido com os desvios na Fundação Leão XIII, entidade de assistência social ligada ao governo estadual.

    O pedido dos promotores foi enviado ao procurador-geral de Justiça do estado, Eduardo Gussem, a quem cabe decidir se o Grupo de Atuação Originária Criminal (Gaocrim) será acionado para investigar o governador em exercício.

    Denunciado como o operador financeiro do esquema investigado, Bruno Campo Selem citou, como revelou a CNN, o governador em exercício Cláudio Castro em seu acordo de delação premiada fechado com o Ministério Público.

    Segundo Selem, quando era vereador do Rio de Janeiro, Castro “recebia propinas e auferia vantagens políticas com o projeto Qualimóvel municipal”. 

    Apesar da menção, o governador em exercício não foi denunciado. Em entrevista à CNN na sexta-feira (11), o promotor Claudio Calo, responsável pela Operação Catarata II, afirmou que sua equipe não investigou Castro em função do foro privilegiado que ele possui como vice-governador do Rio.

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    O governador em exercício Cláudio Castro, que assumiu o governo do RJ
    O governador em exercício Cláudio Castro, que assumiu o governo do Rio de Janeiro após o afastamento de Wilson Witzel
    Foto: Reprodução/CNN (4.set.2020)

    Os promotores também levantaram suspeitas sobre a atuação do Departamento Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD), da Polícia Civil do Rio. Ressaltam que, na investigação policial, não foram citados os contatos entre Castro e um dos denunciados, o funcionário municipal e empresário Marcos Vinicius Azevedo da Silva.

    Em 2017, Silva chegou a ser lotado no gabinete do hoje governador na Câmara Municipal. O MP disse ter ficado perplexo com o fato dessas ligações não constarem do inquérito. A CNN apurou  que, em celulares de Silva – que chegou a ser preso no ano passado –  constam diálogos entre ele e o então vereador Castro. Essas mensagens, porém, não foram citadas pela polícia.

    Na noite desta segunda, a CNN pediu uma posição do gabinete de Claudio Castro.

    Na última sexta, a assessoria do governador em exercício frisou que,  na denúncia apresentada à Justiça, o MP afirmou que “na presente peça acusatória, o ex-vereador Cláudio Castro não figura como denunciado, não lhe sendo imputada a prática de qualquer crime”.

    Os promotores também pediram que o Departamento Geral de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro abra inquérito para investigar o ex-governador Luiz Fernando Pezão (MDB).

    Segundo os investigadores, durante seu governo, Pezão entregou o controle da Fundação Leão XIII a Pedro Fernandes, preso e denunciado por corrupção. O MP diz que há “suposto envolvimento”de Pezão no esquema e pede mais apurações. 

    Por fim, os promotores também encaminharam pedido Corregedoria Geral da Polícia Civil pedido para investigar indícios de vazamento na primeira fase da Operação Catarata, em julho de 2019. Na ocasião, empresários alvo da apuração levaram computadores e dinheiro vivo horas antes da chegada do MP. 

    A CNN procurou Luiz Fernando Pezão e aguarda retorno.

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