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    Procuradores pedem que STF não dê a Lula acesso a mensagens de Moro e Dallagnol

    O acesso às mensagens foi concedido em um processo em que a defesa de Lula questiona a ocultação, pela Lava Jato, de documentos da leniência da Odebrecht

    Gabriela Coelho, da CNN, em Brasília

    Oito procuradores da República, entre eles o ex-coordenador da Operação Lava Jato em Curitiba Deltan Dallagnol, apresentaram ao Supremo Tribunal Federal um pedido de reconsideração da decisão do ministro Ricardo Lewandowski, que deu acesso integral ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a mensagens da Operação Spoofing. 

    A operação mirou hackers que invadiram aparelhos telefônicos de autoridades brasileiras, entre elas o ex-ministro Sergio Moro e o ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol.

    O acesso às mensagens foi concedido em um processo em que a defesa do ex-presidente Lula questiona a ocultação, pela Lava Jato, de documentos relativos à leniência da Odebrecht. 

    “A utilização das pretensas provas para qualquer que seja a sua finalidade, é completamente desprezível do ponto de vista jurídico. Fomos vítimas de hackeamento, mas que não reconhecemos as mensagens”, dizem os procuradores em trecho do pedido. 

    Segundo os procuradores, a ausência de comprovação específica da veracidade de conteúdo das mensagens pode levar em consideração que o material foi obtido de maneira criminosa, “e sua utilização como prova para outros fins acarretará grave violação ao processo legal.”

    No domingo (24), Lewandowski determinou o acesso integral de Lula às mensagens apreendidas, depois que a Polícia Federal não entregou o material em parte, como determinava decisão anterior do ministro.

    Em dezembro do ano passado, Lewandowski, determinou o compartilhamento das mensagens arrecadadas pela Operação Spoofing que citem o nome de Lula ou que tenham relação com investigações e ações penais contra ele.

    A Spoofing foi deflagrada em julho e setembro de 2019 contra hackers que invadiram os celulares de mais de mil autoridades brasileiras.

    A primeira etapa prendeu quatro investigados, entre eles Walter Delgatti Neto, o ‘Vermelho’, que confessou o hackeamento e o repasse das informações para o portal The Intercept Brasil, que tem divulgado diálogos envolvendo Moro e os procuradores da Lava Jato em Curitiba. O hacker disse que não cobrou contrapartidas financeiras para repassar os dados.

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