Prisão de Bolsonaro seria absurda, diz Ricardo Salles
Ex-ministro do Meio Ambiente e atual deputado federal Ricardo Salles (Novo-SP) questiona evidências concretas e defende cautela na investigação do suposto golpe
Em entrevista à CNN nesta quarta-feira (27), o deputado federal e ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (Novo-SP) comentou sobre o inquérito que investiga um suposto plano de golpe de Estado, afirmando que uma eventual prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seria “absurda” e “inconcebível”.
Salles argumentou que não há elementos concretos para sustentar a acusação de tentativa de golpe.
“Ainda que você admita por hipótese, eu acho que não aconteceu, mas se você admitir por hipótese que isso foi discutido, que isso foi pensado, né, você tem que pensar, tem que olhar por outro prisma”, declarou o deputado.
Falta de ações concretas
O ex-ministro questionou a existência de ações efetivas que pudessem caracterizar uma tentativa real de golpe.
“De tudo que nós lemos, é troca de golpe, é troca de minuta, é mensagem de WhatsApp, é mensagem meio lacradora, é o sujeito que fala os palavrões, mas efetivamente ação concreta não há, pelo menos não se viu até agora”, afirmou Salles.
Sobre o suposto envolvimento das Forças Armadas, Salles minimizou as acusações contra o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier Santos.
“Colocar as tropas à disposição, admitindo que isso tenha sido falado, é uma força de expressão”, disse, acrescentando que a própria Marinha já negou ter tomado qualquer medida nesse sentido.
Apelo à cautela e ao devido processo legal
O deputado federal enfatizou a necessidade de cautela na condução das investigações e no julgamento do caso.
“É preciso ler o relatório, é preciso ler com aquela parcimônia que questões importantes demandam e lembrar a todo momento que a presunção num estado democrático de direito de verdade é que as pessoas são inocentes até que se prove o contrário”, ressaltou.
Salles também alertou para a importância de se respeitar o devido processo legal, a ampla defesa e o contraditório, criticando a forma como os casos relacionados aos eventos de 8 de janeiro têm sido conduzidos.
“Nós temos que ter muito cuidado, é o momento de colocar a bola no chão, olhar isso com muita calma”, concluiu o ex-ministro.