Prestes a assumir o comando do TSE, Moraes intensifica diálogo com militares
O ministro acredita que não há possibilidade de os militares apoiarem eventual ruptura institucional se o presidente Jair Bolsonaro perder as eleições de outubro
O ministro Alexandre de Moraes deve ser eleito nesta terça-feira presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e, segundo interlocutores, tem intensificado o diálogo com a cúpula das Forças Armadas. Moraes já tem boa relação com os militares, mas sabe que é preciso aparar as arestas na relação do Judiciário com os militares durante o ano eleitoral.
Aos colegas do TSE e do STF, Moraes tem dito que não há motivo para apreensão. O ministro acredita que não há possibilidade de os militares apoiarem eventual ruptura institucional se o presidente Jair Bolsonaro perder as eleições de outubro.
Com Moraes na presidência do TSE, a tendência é que os conflitos entre Bolsonaro e o Judiciário se agravem ainda mais. Moraes deverá levar para a presidência do tribunal o mesmo perfil rigoroso que tem na condução de processos criminais.
O ministro tem dito publicamente que não vai tolerar a disseminação de notícias falsas nas campanhas. Em outubro do ano passado, ele deu um recado duro durante o julgamento de ações contra a chapa Bolsonaro-Mourão. Moraes afirmou que quem difundir desinformação contra adversários durante as eleições terá o registro cassado e poderá até ser preso.