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    Pressionados, Mantega e Dirceu dizem que não serão ministros de eventual governo Lula

    Ambos ex-titulares de pastas de governos petistas, quando questionados, responderam que não pretendem fazer parte de novo gabinete caso o PT volte ao poder

    Ligia Tuonda CNN

    Apesar de terem sido apontados como possíveis ministros de um eventual governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Guido Mantega e José Dirceu negam a possibilidade de assumirem pastas.

    No caso de Mantega — que esteve à frente da Economia de 2006, durante o segundo mandato de Lula, a 2015, com Dilma Rousseff como presidente –, a declaração foi feita à Bloomberg, em entrevista divulgada nesta segunda-feira (31).

    “Não pretendo voltar. A economia tem ciclos. Se a economia não funciona, a culpa é do ministro. Fiquei no governo por 12 anos seguidos. Já dei a minha parte”, disse. Antes de assumir a pasta, Mantega chegou a ocupar os cargos de Ministro do Planejamento e de presidente do BNDES.

    À Bloomberg, o ex-ministro também admitiu erros em sua gestão como ministro da Fazenda (como era chamado o cargo até o governo de Jair Bolsonaro).

    Como exemplo, ele cita a intervenção do governo no setor de energia na tentativa de conter os preços da eletricidade em 2012. “Isso não funcionou. Caíram e você tinha muitos investidores na Eletrobras. Na verdade, acho que cometemos um erro lá”, disse.

    A intenção de Lula de nomear Mantega como ministro foi aventada com mais força a partir de um artigo publicado na Folha de S. Paulo, na primeira semana de 2022, no qual Mantega acusa o bolsonarismo de levar o Brasil à crise.

    O jornal convidou os partidos dos presidenciáveis a apresentar suas ideias em economia e o PT escolheu Mantega para escrever.

    Na publicação, ele critica o que chama de “feroz política monetária contracionista”, se referindo às seguidas altas da Selic, em movimento do Banco Central para conter a escalada da inflação. Segundo ele, um dos efeitos dessa política será a paralisação da economia brasileira e a consequente alta do desemprego.

    Além desse artigo, o ex-ministro, que passou os últimos anos escondido dos holofotes, voltou a participar ativamente de discussões públicas este ano.

    José Dirceu, que foi ministro-chefe da Casa Civil no governo Lula e cuja possível presença num eventual governo Lula vem sendo levantada, sobretudo, pelo presidente Jair Bolsonaro, disse, também nesta segunda-feira (31), à Folha de S. Paulo que não tem intenção de integrar um eventual governo do petista.

    “Não serei”, disse ele ao ser questionado pela coluna do jornal. “Esse Bolsonaro não toma jeito. Ele não consegue nem nomear os seus e já quer dar pitaco num futuro governo. É muita arrogância”, disse Dirceu.

    Dirceu foi condenado por corrupção, em 2012, no processo do mensalão. Em 2016, no âmbito da Lava Jato, foi condenado a mais de 30 anos de prisão por corrupção, recebimento de vantagem indevida, lavagem de dinheiro pelo então juiz Sergio Moro.

    Já Mantega foi denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro na Lava Jato e condenado por Moro. Com a anulação das decisões da 13ª Vara de Curitiba pelo Supremo Tribunal Federal, a ação foi enviada a Brasília, onde foi rejeitada.