Presidente do PL não endossa documento sobre falhas no TSE, dizem aliados
Interlocutores de Valdemar da Costa Neto disseram que o documento reflete a visão do consultor contratado pelo partido para acompanhar o processo eleitoral
Fontes ligadas ao PL afirmaram à CNN que o documento distribuído pelo partido na tarde desta quarta-feira apontando falhas no processo eleitoral brasileiro não é endossado pelo presidente da legenda, Valdemar da Costa Neto.
Interlocutores de Valdemar disseram que o documento reflete a visão do consultor contratado pelo partido para acompanhar o processo eleitoral. Dizem ainda que o documento é um sumário executivo de um parecer de 130 páginas que foi protocolado no TSE no dia 19 deste mês com sugestões para o aperfeiçoamento do sistema eleitoral.
O documento, contudo, tem o timbre do PL e foi distribuído pelo vice-presidente nacional do partido, deputado Capitão Augusto. O texto faz diversas críticas ao processo eleitoral. Diz por exemplo que técnicos da corte eleitoral tem poder absoluto para controlar os dados, critica a rede de fornecedores terceirizados do TSE e afirma que é precária a gestão de dos boletins de urna. Pede ainda medidas e aponta risco de fraude na eleição.
TSE se manifesta
A CNN procurou o TSE para comentar o caso e o tribunal enviou uma nota sobre as afirmações do PL.
“As conclusões do documento intitulado ‘resultados da auditoria de conformidade do PL no TSE’ são falsas e mentirosas, sem nenhum amparo na realidade, reunindo informações fraudulentas e atentatórias ao Estado Democrático de Direito e ao Poder Judiciário, em especial a Justiça Eleitoral, em clara tentativa de embaraçar e tumultuar o curso natural do processo eleitoral”, afirmou o TSE, que continua em seu comunicado.
“Diversos dos elementos fraudulentos constantes do referido ‘documento’ são objetos de investigações, inclusive nos autos do Inquérito n. 4.781/DF, em tramitação no Supremo Tribunal Federal [STF], relativamente à fake news e, também, já acarretaram rigorosas providências por parte do TSE, que decidiu pela cassação do diploma de parlamentar na hipótese de divulgação de fatos notoriamente inverídicos sobre fraudes inexistentes nas urnas eletrônicas”, diz a nota do TSE, que continua.
“O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes, determinou a imediata remessa do documento ao Inquérito nº 4.781/DF, para apuração de responsabilidade criminal de seus idealizadores – uma vez que é apócrifo –, bem como seu envio à Corregedoria Geral Eleitoral para instauração de procedimento administrativo e apuração de responsabilidade do Partido Liberal e seus dirigentes, em eventual desvio de finalidade na utilização de recursos do fundo partidário”, concluiu o TSE.