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    Presença de Bolsonaro no Brasil deve organizar oposição, diz cientista político

    À CNN Rádio, Rafael Cortez avalia que antagonismo do ex-presidente a Lula confere capital político importante a Bolsonaro

    Amanda Garciada CNN

    O retorno do ex-presidente Jair Bolsonaro ao Brasil deve trazer “influência política relevante no campo da oposição”, na avaliação do cientista político Rafael Cortez.

    À CNN Rádio, ele analisou que existe uma dúvida sobre como a oposição vai se comportar diante do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

    “Havia dificuldade do tom que deseja adotar e quais partidos gostariam de participar e, agora, com a presença de Bolsonaro, a oposição pode ter algo mais organizado, que carecia no começo do governo”, disse.

    Para Cortez, Bolsonaro tem capital político “bastante relevante”, apesar de ter ficado três meses nos Estados Unidos e com a agenda negativa, por exemplo, após o caso das joias.

    “Ser o antagonista de Lula confere a Bolsonaro um capital político que ele pode mobilizar ao longo dos próximos anos, seja com efeito político ou mesmo pensando no cenário eleitoral”, explicou.

    Ao mesmo tempo, o cientista político destacou que Bolsonaro terá de lidar com os inquéritos abertos contra ele, que “podem trazer empecilho jurídico, pensando em candidaturas.”

    Dessa forma, Rafael Cortez não vê vida fácil para Bolsonaro, já que ele não terá “o poder da caneta”: “Uma coisa é mobilizar apoiadores estando no governo, outro é estar na oposição, demanda manter agenda.”

    “O capital político garantido é a parcela do eleitorado que enxerga no Lula ameaça de comunismo e socialismo, que tem identidade muito forte de Bolsonaro.”

    Paralelamente a isso, Cortez destaca que a popularidade de Bolsonaro “depende também do desempenho do governo Lula, se for bem, o ex-presidente perde força, e o contrário alimenta sua influência”.

    *Com produção de Isabel Campos

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