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    Prefeitura responsabiliza vereadores por liberar verbas de R$ 100 mil para custear show pró-Lula

    A edição desta terça-feira (3) do Diário Oficial da cidade de São Paulo mostra que a cantora Daniela Mercury receberá R$ 100 mil pelo show

    Tiago Tortellada CNNVinícius Bernardesda CNN* , São Paulo

    A apresentação da cantora Daniela Mercury em um evento de comemoração ao dia 1º de maio, em São Paulo, está rendendo uma confusão em relação à origem da verba para custear o show.

    Durante o evento, a cantora baiana ergueu a bandeira do Partido dos Trabalhadores (PT), declarando apoio a Lula e defendendo a candidatura do petista. O que, segundo especialistas, pode configurar propaganda eleitoral antecipada.

    A edição desta terça-feira (3) do Diário Oficial da cidade de São Paulo mostra que a cantora Daniela Mercury receberá R$ 100 mil da prefeitura pelo show no evento organizado pelas centrais sindicais no domingo (1º), na Praça Charles Miller, em comemoração ao Dia do Trabalhador, em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou.

    Em nota, a Prefeitura de São Paulo afirma que os cachês dos artistas que se apresentaram no evento de 1º Maio foram pagos com recursos de emendas parlamentares do vereador Sidney Cruz (Solidariedade) – apresentada em 28/04/2022, no montante de R$ 360 mil, dos quais foram utilizados R$ 187 mil.

    “As emendas parlamentares são um direito do vereador, que tem total autonomia para indicar onde os recursos devem ser aplicados. A Prefeitura, portanto, não tem qualquer ingerência sobre esse mecanismo legal”, pontua o texto.

    “Além disso, o evento de 1º de Maio é organizado e realizado, anualmente, pelas centrais sindicais, responsáveis por toda a infraestrutura necessária, curadoria e conteúdo exposto durante o evento”, complementa a nota.

    Em nota à CNN, o vereador Sidney Cruz afirma que o encaminhamento da emenda para a secretaria municipal de cultura foi feito “dentro dos preceitos legais, bem como gerida e fiscalizada pelo órgão competente”.

    Ele adiciona que “o evento foi cultural e não há como prever o comportamento dos artistas durante suas apresentações”. Por fim, Cruz pontua que enviou nesta quarta-feira (4) um ofício ao secretário da casa civil de São Paulo requisitando apuração sobre qualquer “ilegalidade ou desvio de finalidade durante a execução do evento”.

    Para o vereador Rubinho Nunes (União Brasil), o evento foi usado como palanque político pelo ex-presidente Lula. “Vimos aí o candidato do PT, o ex-presidiário Luiz Inácio Lula da Silva, fazendo o uso desse evento tradicional para transformar num palanque político e  se valendo da Daniela Mercury”, disse.

    “O próprio petista utilizou da mobilização e muito incentivada pela cantora o que gera um efeito de pra fazer a sua campanha. É lamentável que tenhamos o petista criando elementos para burlar eventos tradicionais para fazer campanha antecipada.”

    Outro lado

    Além de Daniela Mercury, o evento contou com a presença de lideranças sindicais, políticas e religiosas, além de outras personalidades, como a cantora Leci Brandão, a banda Francisco El Hombre e o DJ KL Jay.

    A assessoria de imprensa de Lula informou que o petista não vai se pronunciar sobre o caso, reforçando que a organização do evento é feita pelas Centrais Sindicais.

    As centrais sindicais disseram à CNN, em nota, que após o ato político organizado por elas na Praça Charles Miller, “foram realizadas apresentações artísticas contratadas via emendas parlamentares”.

    “O uso das emendas parlamentares para a realização de festas populares é respaldado pela lei orçamentária do município, que permite a vereadores e vereadoras destinar o valor das emendas a atividades culturais com apresentações artísticas abertas ao público”, complementa o texto.

    Já a produtora que administra a carreira da artista Daniela Mercury informou que “a contratação da artista para o show realizado no Dia do Trabalhador, em São Paulo, neste 1º de maio, foi feita pela produtora MGioria Comunicações”. “O valor do cachê foi quitado integralmente pela MGioria. A produtora da artista esclarece que não recebeu nem receberá nenhum recurso da prefeitura. A produtora Mgiora foi contratada pelas Centrais Sindicais para produzir a parte cultural do ato do 1º de Maio”, diz a nota.

    *sob supervisão de Giulia Alecrim, da CNN

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