Prefeito de Manaus: Somos reféns do monopólio da empresa que vende oxigênio
David Almeida (Avante) deu entrevista à CNN Rádio sobre o colapso na rede de saúde da capital do Amazonas
O prefeito de Manaus (AM), David Almeida (Avante), afirmou à CNN Rádio que o estado é “refém do monopólio” da White Martins, a única empresa fornecedora de oxigênio para hospitais públicos e privados da região.
“O que aconteceu foi colapso no fornecimento de oxigênio nas unidades de média e alta complexidade, que são responsabilidade do estado. Aproveito a oportunidade para dizer que somos reféns de monopólio, só uma empresa vende oxigênio para os hospitais públicos e privados”, relatou Almeida.
Segundo o prefeito, o preço estabelecido pela White Martins para a venda de oxigênio ao estado nortista é muito superior do que outras empresas repassam para o restante do país.
“[Ela] determina o preço. Para se ter uma ideia, no Brasil, o metro cúbico do oxigênio é entre R$ 1,50 e R$ 2,80. Aqui em Manaus, é R$ 4,80 e não abaixa um centavo.”
“Não se pode contratar [oxigênio] de outra empresa, isso é uma norma da Anvisa e da ANS [Agência Nacional de Saúde Suplementar], que tem que ser derrubada. Nós vimos que esse monopólio danoso causou mortes na minha cidade em função da logística que temos aqui, que é diferente de todo o Brasil”, completou Almeida.
Toque de recolher
Na quinta-feira (14), o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC) decretou um toque de recolher proibindo a circulação de pessoas entre 19h e 6h (exceto atividades e transporte de produtos essenciais).
Para o prefeito de Manaus, a medida será eficiente para controlar os números da pandemia na capital.
“Acredito que tenhamos de 80% a 90% da circulação diminuída nas ruas, e isso certamente vai nos ajudar no impacto dessa aglomeração que tem acontecido na cidade de Manaus”, disse Almeida.
(Publicado por Amauri Arrais)