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    Eleições 2022

    Pré-candidatos a presidente falam sobre violência nas eleições de 2022

    Morte de petista em Foz do Iguaçu (PR) levanta discussão sobre a responsabilidade de agentes políticos no contexto da disputa pela Presidência

    Velório do guarda municipal Marcelo Arruda, assassinado em Foz do Iguaçu (PR)
    Velório do guarda municipal Marcelo Arruda, assassinado em Foz do Iguaçu (PR) Christian Rizzi/FotoArena/Estadão Conteúdo

    Gabriela Ghiraldellida CNN

    em São Paulo

    O agente penitenciário José da Rocha Guaranho assassinou o guarda municipal de Foz do Iguaçu (PR) Marcelo Arruda, durante a festa de aniversário deste, que tinha como tema o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no último fim de semana.

    Arruda era membro da diretiva do PT em Foz do Iguaçu. Segundo testemunhas, Guaranho chegou ao local gritando “aqui é Bolsonaro”.

    Depois de ser convidado a se retirar do local, o agente foi até seu carro, pegou uma arma e disparou contra o aniversariante, que revidou. Durante a troca de tiros, Arruda morreu. Guaranho está internado em estado grave.

    O episódio suscitou discussão sobre a influência que discursos de agentes políticos têm sobre os eleitores no contexto da disputa presidencial.

    A CNN perguntou aos pré-candidatos à Presidência da República o que eles pensam sobre medidas para coibir a violência política nas eleições de 2022.

    Confira abaixo as respostas:

    Luiz Inácio Lula da Silva (PT):

    O pré-candidato não respondeu até o momento da publicação.

    Jair Bolsonaro (PL):

    O pré-candidato não respondeu até o momento da publicação.

    Ciro Gomes (PDT):

    O pré-candidato não respondeu até o momento da publicação.

    André Janones (Avante):

    O pré-candidato não respondeu até o momento da publicação.

    Simone Tebet (MDB): 

    A pré-candidata não respondeu até o momento da publicação.

    Pablo Marçal (Pros):

    Lamento profundamente que as famílias dos envolvidos na tragédia de Foz do Iguaçu estejam experimentando a dor que brota da raiz amarga do extremismo. Às esposas, filhos e amigos, minhas orações para que Deus, em sua infinita misericórdia, lhes traga conforto.

    Infelizmente, a polarização e o ódio que se alastram pelo país como uma doença produziram novas vítimas. Só em 2021, o Brasil teve quase duas mil denúncias de crimes de intolerância de acordo com a Ouvidoria de Direitos Humanos do Ministério da Mulher.

    São muitas mortes e casos de violência empilhados na fila do descaso, que sequer são contabilizados. A intolerância política, religiosa, de gênero ou qualquer outra, tem íntima ligação com a polarização e impede o Brasil de avançar. O projeto de vida dessas pessoas é ser “anti” algo ou alguém. Não é possível avançar com tanta perda de energia. Eu sou a favor do Brasil e quero todos os brasileiros andando na mesma direção.

    Os fatos deste final de semana acendem, em definitivo, o sinal de alerta e apontam para a necessidade de usarmos com sabedoria a oferta de pacificação que pode vir das urnas em outubro. O povo tem o poder nas mãos de dizer “sim” não a um candidato, mas a todos os brasileiros.

    Acabar com a polarização é aceitar um Brasil de muitas cores, credos e raças, mas que tem na diversidade sua maior potência. O Brasil que eu conheço não é o dessas duas facções políticas; é o da nossa gente, de brasileiros apaixonados pelo país que, como eu, querem a liberdade para deixar de legado para os nossos filhos.

    A nação precisa voltar a ter paz. Essa é a verdadeira vocação do Brasil e é também a condição sine qua non para recolocar o Estado brasileiro na rota do desenvolvimento.

    Felipe d’Avila (Novo):

    Precisamos interromper o quanto antes esse ciclo de intolerância e violência que estamos presenciando. Política se faz com diálogo, debate, argumentação e convencimento. Acontecimentos como este não fazem parte de uma sociedade livre, pacífica e democrática.

    E os líderes têm responsabilidade direta nisso tudo. São eles que devem amenizar os discursos, dissuadir o ódio e a violência e sinalizar em direção ao diálogo. Mas enquanto Lula e Bolsonaro se beneficiarem dessa polarização, vão continuar alimentando o radicalismo que nos leva à violência. Na ausência de discussão de propostas para tirar o Brasil da maior crise política, econômica e social da história, só resta a brutalidade.

    José Maria Eymael (DC):

    Os líderes nacionais dos partidos políticos e os pré-candidatos a presidente da República devem dar o exemplo, como pacificadores.

    Leonardo Pericles (UP):

    A questão vai muito além da retórica dos agentes políticos. Trata-se do resultado da política de guerra, intolerância e perseguição implementada por Bolsonaro desde a última eleição. Essa política se baseia na indústria de armamento, que é uma indústria capitalista que dá lucro para os grandes monopólios produtores de armas e é extremamente prejudicial a toda sociedade, à população e à ideia de país que todos nós queremos.

    Este governo é profundamente comprometido com a indústria armamentista. Editou um conjunto de leis e normas que já colocou milhões de armas “legalizadas” nas mãos de milicianos e grupos paramilitares travestidos de CACs, que agora são uma verdadeira ameaça à democracia no Brasil.

    O que o governo da Unidade Popular, em primeiro lugar, revogará todo esse entulho legal que facilita o armamento dessas pessoas e promoverá campanhas educativas institucionais a favor de uma cultura de paz. Vamos proliferar as bibliotecas e restringir o funcionamento indiscriminado de clubes de tiros.

    Em segundo lugar, aperfeiçoaremos o Estatuto do Desarmamento com a ampla discussão na sociedade. A questão da violência não se combate colocando armas nas mãos das pessoas. O caminho do Brasil deve ser o de coibir a indústria da morte e estimular outros setores industriais produtivos que sirvam à sociedade como um todo e aos trabalhadores em particular.

    Luciano Bivar (União Brasil):

    A violência política é um atentado à democracia. Por isso, solicitei à minha assessoria técnica a elaboração de um projeto de lei para equiparar o homicídio motivado por intolerância política ao crime de terrorismo.

    Os candidatos e os partidos políticos precisam estimular os eleitores a conviver com as diferenças e a respeitar opiniões divergentes. Essa é a essência da democracia.

    Sofia Manzano (PCB):

    A violência política é uma prática no cotidiano político brasileiro. Todos os meses temos casos de lideranças e ativistas políticos sendo assassinados. Chico Mendes, Dorothy Stang, Marielle Franco e agora Marcelo Arruda são vítimas que alcançaram visibilidade. Mas não podemos esquecer dos indígenas, líderes sindicais e camponeses brutalmente assassinados por pistoleiros que têm por trás uma questão política e que se veem autorizados a matar e raramente são punidos.

    Bolsonaro, sua família e sua quadrilha querem causar o caos através da intimidação e da violência para um possível golpe. São os principais responsáveis por todas essas mortes, mas não irão nos intimidar porque o fascismo que eles representam deve ser enfrentado com a força política democrática das ruas.

    Vera Lúcia (PSTU):

    É Bolsonaro quem insufla e ameaça seus opositores com violência. Defende uma política de extermínio daqueles que não concordam com ele. Isto está relacionado ao seu plano autoritário, inclusive se combina com as constantes ameaças golpistas como o não reconhecimento do resultado das eleições. Bolsonaro se apoia em milícias, nas polícias e nas forças armadas para promover esta política.

    Repudiamos todas os discursos e medidas violentas e autoritárias de Bolsonaro e da ultradireita.

    Diante desses ataques, é necessário que os trabalhadores se defendam. As organizações dos trabalhadores precisam discutir sua proteção contra a violência dos bolsonaristas e, também, estar a postos caso Bolsonaro tente um golpe, para derrotá-lo no combate e nas ruas.

    Não é possível achar que confiando nas atuais instituições como STF, Congresso ou polícia, estaremos salvos das aventuras de Bolsonaro. Justamente porque ele é a expressão do atual sistema capitalista opressor e explorador. É a face mais degenerada desse sistema que só será cortado pela raiz quando o próprio capitalismo deixar de existir.

    Vejam que em nosso país há setores do empresariado e dos ricos que suavizam ou fazem coro com o atual presidente, justamente porque todo este projeto dele está ligado à defesa do capitalismo e dos lucros dos grandes capitalistas. A burguesia brasileira já defendeu essas ideias abertamente e majoritariamente, hoje a maioria não defende isso, mas não descartam caso sintam necessidade para defender seus privilégios.

    Bolsonaro é o governo da fome, da miséria e também do projeto autoritário dos ricos desse país. Para ter paz na política e na sociedade é preciso barrar Bolsonaro, a ultradireita, mas não só. É preciso acabar com a fome, a miséria e a desigualdade social que condena a maioria do povo a uma vida desgraçada, enquanto um punhado de ricos vivem em mansões no bom e melhor às custas do sangue e suor dos trabalhadores.

    Debate

    CNN realizará o primeiro debate presidencial de 2022. O confronto entre os candidatos será transmitido ao vivo em 6 de agosto, pela TV e por nossas plataformas digitais.

    Fotos – Os pré-candidatos à Presidência