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    Pré-candidatos a presidente falam sobre o Mercosul

    Bloco tem reunião no Paraguai nesta semana; negociações para que acordo com a União Europeia saia do papel estão travadas

    Salma Freuada CNN

    Criado em 1991 por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, o Mercosul tinha como objetivo ampliar o livre comércio entre as nações, a livre circulação de bens e serviços; a adoção de uma política comercial comum em relação a terceiros; e a coordenação de políticas macroeconômicas entre os países membros.

    O bloco possui um acordo comercial com a União Europeia, firmado em 2019, mas as negociações para que ele seja implementado estão paralisadas. Os termos dessa aliança precisam ser ratificados por todos os países membros de ambos os blocos.

    Hoje a Venezuela também é considerada “Estado Parte” do bloco, mas está suspensa. Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Peru, Guiana e Suriname são considerados “Estados Associados”.

    Aconteceu nesta quinta-feira (21), no Paraguai, uma reunião do Mercosul.

    A CNN perguntou aos pré-candidatos à presidência da República o que eles pensam sobre o Mercosul e a situação atual do bloco.

    Confira abaixo as respostas:

    Luiz Inácio Lula da Silva (PT):

    A integração regional terá centralidade na nova política externa de um terceiro mandato do presidente Lula.

    Nosso entendimento é que defender a nossa soberania é defender a integração da América do Sul, da América Latina e do Caribe, com vistas a manter a segurança regional e a promoção de um desenvolvimento integrado de nossa região, com base em complementaridades produtivas potenciais entre nossos países. É fortalecer novamente o Mercosul, a Unasul, a Celac e os Brics.

    É estabelecer livremente as parcerias que forem as melhores para o país, sem submissão a quem quer que seja. É trabalhar pela construção de uma nova ordem global comprometida com o multilateralismo, o respeito à soberania das nações, a paz, a inclusão social e a sustentabilidade ambiental, que contemple as necessidades e os interesses dos países em desenvolvimento, com novas diretrizes para o comércio exterior, a integração comercial e as parcerias internacionais.

    Nesse sentido, será necessário voltar a investir na infraestrutura e na integração física da América do Sul. Além disso, será preciso ativar as complementaridades econômicas e científico-tecnológicas da região. Teremos de criar e fortalecer cadeias produtivas regionais, de modo a assentar a integração em bases mais sólidas e permanentes.

    Jair Bolsonaro (PL):

    O pré-candidato não respondeu até o momento da publicação. Ele não foi à reunião realizada no Paraguai realizada em 21 de julho, mas pediu a redução da Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul em pronunciamento gravado e exibido durante o encontro de líderes do bloco. “Defendemos a redução da Tarifa Externa Comum, o que dará uma importante contribuição no combate à inflação”, afirmou.

    Os ministérios das Relações Exteriores e da Economia divulgaram uma nota conjunta nesta quinta-feira informando que, durante reunião do Conselho do Mercado Comum,  em 20 de julho, o Mercosul acordou reduzir em 10% as alíquotas da Tarifa Externa Comum (TEC) para a maior parte do universo tarifário, resguardadas as exceções já existentes no bloco.

    “Trata-se de passo importante para aumentar a competitividade dos países do bloco e para o fortalecimento dos processos produtivos regionais, de maneira a promover uma inserção benéfica da produção do Mercosul nas cadeias globais de valor”, diz a nota.

    As pastas afirmam ainda que o entendimento alcançado considera as diferentes necessidades dos sócios, demonstrando a capacidade do Mercosul de avançar com vocação construtiva em direção à atualização e à adaptação de sua estrutura tarifária às atuais condições do comércio regional e mundial, de forma equilibrada no que diz respeito às capacidades produtivas do bloco.

    “Esta é a primeira revisão horizontal da estrutura tarifária do bloco desde que a TEC foi estabelecida em 1995. A medida vale para cerca de 80% do universo tarifário e aproxima os níveis tarifários praticados pelo Brasil e demais sócios do bloco da média praticada internacionalmente, sobretudo pelos os países membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).”

    No discurso exibido gravado, o presidente defendeu também a continuidade da ampliação de fluxos de comércio e de investimentos na América Latina e no Caribe, com o objetivo de fortalecer as cadeias regionais de valor e reduzir a vulnerabilidade externa a crises internacionais.

    Ciro Gomes (PDT):

    O pré-candidato não respondeu até o momento da publicação.

    André Janones (Avante):

    O pré-candidato não respondeu até o momento da publicação.

    Simone Tebet (MDB): 

    A pré-candidata não respondeu até o momento da publicação.

    Pablo Marçal (Pros):

    Como tenho falado há algum tempo, esse é mais um exemplo de como a polarização impede a prosperidade do povo. O objetivo do Mercosul deveria ser permitir livre comércio e política comercial comum para beneficiar as pessoas. O alvo da relação internacional é que todos os membros prosperem, negociem em bloco e, unidos, tenham mais força para negociar com quem está fora.

    Mas como manter relações comerciais com aqueles que, por pensarem diferente, repudiamos ou queremos converter à nossa maneira de ver o mundo? Esse é o problema dessa bobagem de direita e esquerda inventada para rotular as pessoas e criar um processo de antagonismo só para justificar o emprego da força contra os rivais.

    A polarização é antagonista da relação humana porque essas pessoas só se relacionam com elas mesmas. O cidadão comum brasileiro, argentino, paraguaio ou uruguaio não quer saber dessa bobagem, só quer comida na mesa e melhores condições de vida para as famílias. Então, sim, o Mercosul é importante para a economia do bloco desde que consigamos conversar com os parceiros para discutir e aperfeiçoar constantemente as bases da relação. E sim, precisamos colocar na principal cadeira do Planalto Central alguém que saiba como fazer o povo prosperar e lute com todas as forças somente por isso, jamais para converter pessoas para a sua ideologia particular.

    Felipe d’Avila (Novo):

    O Mercosul foi concebido com a ideia de expandir a participação dos países no comércio global, não só entre os membros, mas com a União Europeia, o resto das Américas e do mundo.

    No entanto, nos últimos anos, o Mercosul vem fazendo exatamente o contrário: criando barreiras e dificultando o comércio entre as nações.

    Devemos resgatar o propósito original da instituição e ampliar as negociações com o mundo todo, diminuindo barreiras tarifárias e burocráticas para o comércio. As cadeias globais de valor são um dos principais motores do desenvolvimento econômico, e o Mercosul deve auxiliar seus membros a se inserirem nelas.

    José Maria Eymael (DC):

    O pré-candidato não respondeu até o momento da publicação.

    Leonardo Pericles (UP):

    O pré-candidato não respondeu até o momento da publicação.

    Luciano Bivar (União Brasil):

    O pré-candidato não respondeu até o momento da publicação.

    Sofia Manzano (PCB):

    O Mercosul já tem 31 anos e, até hoje, não promoveu nenhum processo de integração da América do Sul para além de eliminar barreiras alfandegárias que interessam ao grande capital imperialista internacional que opera nesses países sul-americanos.

    Na verdade, como os países têm um processo de desenvolvimento e são competitivos e esses países estão dominados por estruturas políticas e econômicas — em que interessa muito mais a exploração da força de trabalho do que uma integração econômica e social mais efetiva–, o Mercosul não tem apresentado grandes avanços para a classe trabalhadora dos países sul-americanos.

    No entanto, tem alguns elementos que são importantes e que devemos destacar. O primeiro elemento é que para participar do Mercosul o país tem que ser um país democrático. E, nesse momento em que estamos passando de ameaça de golpe pelo presidente Bolsonaro, é importante reforçar essa cláusula do Mercosul para que também os países que compõem o bloco defendam com todas as forças o processo democrático e impeçam junto com a classe trabalhadora brasileira qualquer tentativa de golpe em nosso país.

    Nossa proposta para o Mercosul é de uma integração efetiva em termos produtivos, mas principalmente uma integração em que a classe trabalhadora desses países possa ter soberania e atuação política autônoma e independente dos governos que venham a comandar esses países.

    Portanto, nós pensamos em um Mercosul que seja um Mercosul para a população e não para os grandes monopólios, o grande capital internacional que, em diversos momentos, provoca e promove uma competição interregional que não é de interesse da população desses países.

    Vera Lúcia (PSTU):

    O Mercosul é um tratado que se baseia no livre comércio, ou seja, é um projeto de integração produtiva que só beneficia os empresários. Entre os maiores defensores do Mercosul, encontram-se as multinacionais que veem uma possibilidade de ampliarem seus mercados.

    O Mercosul, portanto, longe de ser um ponto de resistência ao imperialismo, é parte da divisão internacional de trabalho imposta por ele, para garantir um mercado para os produtos das indústrias multinacionais aqui instaladas, que não poderiam garantir-se só com o mercado interno brasileiro.

    Por isso, não defendemos o Mercosul como modelo de integração regional. Fazemos a defesa de uma integração mútua e solidária entre os povos, e não uma relação que visa apenas o lucro de empresários, como imposição de uma política de recolonização do nosso país e dos países vizinhos.

    Debate

    CNN realizará o primeiro debate presidencial de 2022. O confronto entre os candidatos será transmitido ao vivo em 6 de agosto, pela TV e por nossas plataformas digitais.

    Fotos – Os pré-candidatos à Presidência

     

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