Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Eleições 2022

    Pré-candidatos a presidente falam sobre o crescimento do PIB 

    IBGE informou que a economia do país cresceu 1% no primeiro trimestre deste ano na comparação com os três meses anteriores

    Gabriela Ghiraldellida CNN

    em São Paulo

    A economia brasileira avançou 1% no primeiro trimestre de 2022 em comparação com os últimos três meses do ano passado, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na quinta-feira (2).

    Em relação ao mesmo período de 2021, a alta do PIB (Produto Interno Bruto) foi de 1,7%. No acumulado dos últimos quatro trimestres, o crescimento é de 4,7%.

    O setor de serviços foi o principal responsável pelo crescimento. Ele representa 70% do PIB do país, com destaque para os serviços prestados às famílias, como alojamento e alimentação.

    A CNN perguntou aos pré-candidatos à Presidência da República o que propõem fazer para que o PIB do Brasil cresça com consistência nos próximos anos.

    Confira abaixo as respostas:

    Luiz Inácio Lula da Silva (PT):

    A pré-campanha está trabalhando na elaboração de um plano de governo para a retomada de um crescimento sustentável, com inclusão social e geração de empregos, que será entregue ao TSE dentro do prazo previsto.

    Jair Bolsonaro (PL):

    O presidente não respondeu até o momento da publicação.

    Ciro Gomes (PDT):

    O pré-candidato não respondeu até o momento da publicação.

    André Janones (Avante):

    O pré-candidato não respondeu até o momento da publicação.

    Simone Tebet (MDB): 

    A pré-candidata não respondeu até o momento da publicação.

    Luciano Bivar (União Brasil):

    Para que o PIB brasileiro cresça com consistência, é fundamental fazer uma ampla reforma tributária. Só assim conseguiremos destravar a economia, gerar empregos e atrair investimentos.

    Com tantos impostos, além de termos um sistema tributário incompreensível para a grande maioria, gastamos excessivamente com a máquina arrecadadora: são 3% do PIB por ano, ou seja, pagamos 240 bilhôes de reais para manter um sistema arcaico e injusto.

    O meu plano de governo está focado na simplificaçâo e na redução tributária. Com a adoção do Imposto Único Federal (IUF), eliminaremos esse custo da máquina arrecadadora, pois a cobrança do imposto será digital. Além disso, conseguiremos fazer justiça tributária, pois quem ganha mais vai pagar mais e quem tem renda até 5 salários mínimos não terá mais desconto no contracheque de INSS nem de Imposto de Renda, sem perder nenhum direito. Isso será possível pois a cobrança digital impede a sonegação e amplia a base tributária.

    Felipe d’Avila (Novo):

    O Brasil enfrenta décadas de estagnação econômica porque continua adiando a agenda de reformas que é capaz de impulsionar o crescimento. É preciso urgentemente abrir a economia, para integrar o país nas cadeias globais de valor e aumentar nossa produtividade. O ambiente de negócios precisa de mudanças profundas, a começar por uma ampla reforma tributária, que simplifique a maneira como pagamos impostos.

    Também precisamos reduzir o peso do Estado nas costas do brasileiro, aprovando uma reforma administrativa que diminua as disparidades entre o setor público e o setor privado, valorizando a eficiência e os bons servidores. Por fim, é necessário aliar a agenda econômica à pauta ambiental, transformando o Brasil numa potência capaz de atrair os trilhões de dólares disponíveis no mercado para investimentos ESG. Com isso, o país pode voltar a crescer e gerar oportunidades, emprego e renda para as pessoas.

    José Maria Eymael (DC):

    O crescimento do PIB no Brasil tem como pressuposto fundamental o desenvolvimento econômico. E o desenvolvimento econômico, nos próximos anos, tem como elemento fundamental a reforma tributária, para dotar o país de um sistema tributário que não esmague empresas e pessoas como hoje, impedindo o Brasil de crescer.

    Leonardo Pericles (UP):

    Em primeiro lugar, esse crescimento do PIB brasileiro é ridículo. Em 2021, nosso país cresceu menos que países como Peru, Turquia e Colômbia. Esse é um problema estrutural. Nos últimos 10 anos, de 2012 a 2021, o Brasil cresceu, em média, 0,4%, enquanto os demais países do Brics cresceram 3,4%, por exemplo.

    A UP defende uma série de medidas para retomar o crescimento econômico e acabar com as desigualdades sociais, a fome e o desemprego.

    Imediatamente, vamos auditar a dívida pública brasileira e suspender o pagamento de juros e amortizações aos bancos e fundos de investimento. Em 2021, o Governo Federal e o Banco Central gastaram R$ 712 bilhões com o pagamento de juros, enquanto os gastos federais com saúde, educação e assistência social somaram apenas R$ 427 bilhões. Isso é mais de 50% do PIB que está indo direto para os banqueiros e especuladores. Um verdadeiro assalto! Sem enfrentar o problema da dívida pública não é possível o Brasil crescer com consistência.

    Além disso, é preciso retomar com força o investimento público para gerar empregos e incentivar a economia. Para isso, defendemos a reestatização de todas as empresas públicas privatizadas e o controle 100% estatal de companhias estratégicas como a Petrobrás, a Eletrobrás e a Vale. No nosso governo, nenhuma empresa será privatizada e as riquezas nacionais serão utilizadas para acabar com a fome e o desemprego, construir escolas, hospitais e postos de saúde, incentivar a cultura e o esporte, construir moradias e fazer a reforma agrária. Nenhum centavo do orçamento público irá para os bancos e mega empresários nacionais e internacionais.

    Outra medida imediata será a revogação – via plebiscito, com participação popular – de todas as medidas e reformas neoliberais que aprofundaram a crise que hoje vivemos: as reformas trabalhista e da previdência, a Emenda Constitucional 95 (teto dos gastos), a lei da terceirização e a Lei de Responsabilidade Fiscal, criada por FHC para garantir que a União, estados e municípios sejam eternos reféns do sistema da dívida.

    Por fim, vamos taxar as grandes fortunas e os lucros e dividendos das grandes empresas. Em 2020, foram R$ 384 bilhões de lucros distribuídos, sobre os quais não foram recolhidos nenhum centavo de imposto. Considerando toda a renda isenta do 1% mais rico, foram R$ 495 bilhões sem uma única contrapartida para a Tesouro Nacional.

    Em conjunto, essas medidas possibilitarão os recursos necessários para retomar o crescimento do Brasil, dessa vez em benefício da maioria da população.

    Pablo Marçal (Pros):

    Apesar do crescimento de 1% no primeiro trimestre de 2022 e do montante acumulado nos quatro últimos trimestres ser positivo, a economia já dá sinais de desaceleração e deve caminhar para um crescimento em 2022 inferior a 1,5%. A previsão da China, por exemplo, já revista para baixo, é de 4,5% para 2022. Precisamos de mudanças profundas no Brasil, começando pela mentalidade do povo. Isso implica em fazer o brasileiro acreditar no seu potencial para produzir, crescer e sustentar sua família. Essa mentalidade está ligada à falta de esperança e de fé em um futuro melhor. A desesperança é tão ruim, que nem filhos o brasileiro está disposto a fazer, e isso impacta diretamente no PIB. A taxa de natalidade cai e consolida uma tendência de queda mês após mês há seis anos. Entre as mudanças necessárias, vamos dialogar com o Congresso pra fazer a reforma tributária. Previsões mais otimistas apontam que ela, sozinha, é capaz de elevar o crescimento do PIB para 7% ao ano nos próximos oito anos. O problema do nosso sistema político é que ninguém quer enfrentar o desgaste de temas tão espinhosos, aliado ao fato de que o reflexo na economia não se dá de imediato e provavelmente só será sentido alguns anos depois, o que não capitaliza votos para a próxima eleição. Não tenho carreira na política e não pretendo usar a reeleição. Isso me credencia a fazer o que tem que ser feito para criar uma base sólida de crescimento, com reformas profundas, que ninguém quer enfrentar. Aliás, a reforma política, também chamada de mãe de todas as reformas, vou fazer andar à custa do capital político da reeleição que pretendo oferecer. Esse é o maior vilão do Brasil e vamos enfrentá-lo.

    Sofia Manzano (PCB):

    A primeira coisa que todos têm que saber é que o PIB representa toda a riqueza produzida num país durante um determinado período de tempo, um ano por exemplo. Como nós sabemos que a riqueza produzida é produzida pela classe trabalhadora, nós temos que pensar em dois elementos. Primeiro, para fazer o PIB crescer nós precisamos ter mais empregos de qualidade e, em segundo lugar, não adianta só ter o crescimento do PIB se esse crescimento fica concentrado na mão de poucas pessoas. Então, o nosso projeto, o nosso programa econômico ele vai desde um conjunto de obras públicas necessárias e o Estado fazendo essas obras públicas ele também eleva o PIB. E obras que são absolutamente necessárias, como saneamento, como construção de casas populares, como da saúde, da educação e dos serviços públicos.

    Para isso, nós defendemos o fim do teto de gastos, o fim da responsabilidade fiscal e o fim desse pensamento único sobre ajuste fiscal e superávit primário. Num outro sentido, nós defendemos de forma veemente a redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais sem redução salarial. Esta proposta e essa luta vão fazer com que não só o PIB se eleve porque nós teremos mais gente trabalhando e mais gente produzindo mais riqueza e que essa própria riqueza não seja concentrada na mão dos empresários e na dos grandes empresários. Nós defendemos uma elevação salarial, quer dizer, reduzir a jornada de trabalho sem reduzir o salário é aumentar a massa salarial no Brasil, portanto uma distribuição melhor da riqueza produzida. Outra questão importante é uma reforma agrária radical. O grande agronegócio supostamente coopera para a riqueza do Brasil, mas isso é porque a riqueza do Brasil tem diminuído ou tem sido muito pequena nos últimos anos. Na verdade, uma reforma agrária vai permitir que mais gente trabalhe no campo e que as pessoas produzam no campo alimentos para a população brasileira.

    Vera Lúcia (PSTU):

    Em paralelo ao crescimento, ainda tímido do PIB, a renda dos trabalhadores brasileiros caiu quase 10% em um ano. Isso é assim porque, na economia capitalista, recuperação econômica significa mais lucro para os grandes bilionários e não necessariamente recuperação da renda do povo pobre ou mesmo da classe média.

    A política econômica em nosso governo terá um lado claro, estará voltada a atender e resolver os problemas sentidos pelo povo pobre e trabalhador de nosso país.

    O Brasil é rico, mas toda a riqueza produzida fica concentrada nas mãos de poucos, enquanto a maioria, aqueles e aquelas que produziram essa riqueza (a classe trabalhadora), vive à margem dela. Se tomamos em consideração nossos profundos problemas democráticos, a situação de mulheres e negros, por exemplo, é ainda pior.

    Nós vamos mudar esse jogo. Para isso, vamos estatizar todos os serviços públicos e empresas privatizadas e fortalecer os bancos públicos, que irão desenvolver políticas de financiamentos às pequenas e microempresas e aos pequenos agricultores rurais e financiarão um plano de obras públicas, que além de garantir a construção de moradia popular, postos de saúde, hospitais, escolas e saneamento básico, vai gerar milhares de empregos.

    O Brasil passa por um processo de desindustrialização, que nas últimas décadas vem precarizando o nosso parque produtivo e transformando o país em um grande produtor de grãos para o mercado externo. O dilema dos operários de várias multinacionais montadoras de veículos, por exemplo, que nos últimos anos, após décadas de exploração e isenções bilionárias de impostos, fecharam as portas e deixaram milhares de trabalhadores desempregados, é algo que precisa ser revertido. As empresas que insistirem em fechar, em nosso governo, serão estatizadas e colocadas sob o controle dos trabalhadores.

    Vamos estatizar as cem maiores empresas, que serão dirigidas pelos trabalhadores e pelo povo que utiliza dos seus serviços. Assim como vamos fortalecer as estatais estratégicas como a Petrobras, tornando-a 100% pública e estatal. Também vamos reestatizar todas as empresas públicas estratégicas entregues a preço de banana ao capital privado como a Vale do Rio Doce, a CSN, a Embraer e os aeroportos, como parte do plano de reindustrialização do Brasil.

    Vamos movimentar a economia agrária com uma reforma agrária, sob controle dos trabalhadores do campo e adotando uma política de revitalização de florestas, além do respeito aos territórios indígenas e quilombolas. Não nos causa orgulho viver no país que é o maior produtor de grãos do mundo e que expande sua fronteira agrícola para territórios que deveriam ser protegidos, enquanto nosso povo passa fome ou vive em situação de insegurança alimentar. A política agrária do nosso governo será voltada para resolver o problema da fome, em primeiro lugar.

    Nossa política econômica visa garantir qualidade de vida aos que hoje são desfavorecidos. Não vamos nos preocupar apenas com métricas numéricas de crescimento da economia sem levar em consideração a métrica social. Um país rico e desenvolvido é aquele que busca resolver o problema da fome, do desemprego, da desindustrialização, da concentração de terras e riquezas nas mãos de poucos.

    Debate

    CNN realizará o primeiro debate presidencial de 2022. O confronto entre os candidatos será transmitido ao vivo em 6 de agosto, pela TV e por nossas plataformas digitais.

    Fotos – Os pré-candidatos à Presidência