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    Eleições 2022

    Pós-impeachment e prisão de 5 ex-governadores, Rio de Janeiro reproduz polarização nacional

    Atual governador, Cláudio Castro (PL) tenta reeleição contra Marcelo Freixo (PSB)

    Pedro Duranda CNN , No Rio de Janeiro

    O atual governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, do PL, tenta repetir um feito que só Luiz Fernando Pezão (MDB) conseguiu até agora: ser reeleito depois de ter assumido o governo por ser vice-governador. O histórico dos antecessores, no entanto, contribui para aumentar a descrença com a política entre os eleitores fluminenses: dos últimos 10 governadores do Rio de Janeiro, cinco foram presos.

    O último a ter sido preso é Moreira Franco (MDB), preso pela Lava-jato na mesma operação que também levou o ex-presidente Michel Temer (MDB) à prisão. Ele foi preso em março de 2019, mais de 30 anos depois de ter assumido o governo do Rio.

    Passaram ainda pela cadeia o casal Anthony e Rosinha Garotinho, do União Brasil, que chegaram a ser presos juntos acusados de superfaturamento em contratos da prefeitura de Campos dos Goytacazes, o que eles negam. Já Luís Fernando Pezão – que foi condenado a 98 anos de prisão num desdobramento da Lava-jato – chegou a usar tornozeleira eletrônica quando saiu da cadeia, mas conseguiu se livrar do aparelho de monitoramento.

    Sérgio Cabral, que como Pezão foi eleito pelo MDB, continua preso. O filho dele, no entanto, Marco Antônio Cabral (MDB) se candidatou a deputado federal na chapa de Castro, quem apoia. Também compõe a chapa de Castro a filha de Rosinha e Anthony, Clarissa Garotinho, candidata ao Senado Federal.

    O atual governador chega para a disputa com uma megacoligação, de 14 partidos. Já Marcelo Freixo (PSB) reuniu oito legendas, incluindo PSDB e PT, rivais históricos.

    As duas chapas, no entanto, atravessaram a campanha com rachas. Do lado de Castro, três candidatos ao Senado insistiram em disputar a mesma vaga. Do lado de Freixo foram dois. Essa foi inclusive a causa de um quase rompimento com o PT, de Luís Inácio Lula da Silva, que fez a vezes de cabo eleitoral de Freixo no Rio.

    Se a ligação com Lula foi extremamente explorada por Freixo, Castro preferiu discrição no que diz respeito a Jair Bolsonaro (PL). As aparições dos dois juntos foram protocolares, com tom institucional.

    A campanha de Castro, aliás, foi marcada por posicionamentos distantes de Jair Bolsonaro em uma série de situações e temas, especialmente no que diz respeito a minorias e ataques às instituições. Neste domingo (2/10), depois de votar, ele pediu que a decisão das urnas seja respeitada. “O que a gente precisa é, amanhã ou quando acabar, unir o Rio, aceitar o resultado, o Brasil aceitar o resultado, qualquer que seja ele, e continuar caminhando por um Rio de Janeiro melhor, que é isso que a gente está trabalhando aqui”, disse ele.

    Castro assumiu o governo após o impeachment de Wilson Witzel (PMB), que tentou se candidatar novamente mas foi impedido pelo Tribunal Regional Eleitoral, mesmo fim que teve a candidatura de Anthony Garotinho, que queria ser governador, desistiu, decidiu sair candidato a deputado e renunciou.

    Witzel é réu por corrupção e lavagem de dinheiro acusado de participar de esquemas de corrupção na área da saúde. A defesa dele alegou ao Tribunal Misto que o caçou que as acusações são fruto de perseguição política e disse ao STF que as regras do processo foram “inventadas”.

    Após Castro e Freixo as pesquisas trazem Rodrigo Neves (PDT) e Paulo Ganime (Novo). Segundo todos os levantamentos, nenhum deles tem chances de romper a polarização, a exemplo do cenário nacional.

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